segunda-feira, 14 de abril de 2014

Movimento EU ME AMO

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Movimento ajuda mulheres a recuperar a autoestima

Maquiadora cria página específica na rede social Facebook para ajudar mulheres que passaram pela quimioterapia a sentirem-se novamente belas. O que iniciou com uma fanpage, começa a tomar forma e proporção de um movimento nacional em prol da saúde e da paz interior

A vida é feita de surpresas. Boas e boas... Pensar positivo diante de uma situação aflitiva pode ajudar na cura. Pensar negativo não ajuda em nada, então o caminho é pensar positivo e acreditar que a ‘beleza cura’. Essa é a filosofia adotada pela maquiadora Cice Hiromi Dalla Ru, 36 anos, que começou 2014 com a confirmação de um câncer no seio esquerdo.

Como tudo começou

Cice trabalhava e estudava em Bauru, até que uma oportunidade de emprego, há muito sonhada, surgiu na capital. Deixando a vida monótona do interior para trás, ela seguiu, buscando o futuro de sonhos.

Tudo começou bem, mas a pressão da capital e o perfil do novo emprego, aliado à faculdade de jornalismo, recém começada, trouxeram peso demais para uma alma tão sensível. Em alguns meses de trabalho, Cice começou a sentir um stress se instalando, o que resultou em uma depressão. Sozinha e sem alternativa para conciliar o tratamento da enfermidade com o trabalho e os estudos, ela decidiu voltar para Bauru. O objetivo era recuperar a saúde.

Chegando aqui, Cice percebeu que a depressão havia se agravado e os amigos, sentindo a tristeza da moça, começaram a contribuir para aliviar seu sentimento tão abatido. Uma dessas contribuições, caídas do céu, foi um presente de um amigo: a matrícula no curso de maquiagem no SENAC. Até então, Cice não havia experimentado as alegrias da produção cosmética: ela nem usava batom. Abraçando a oportunidade com unhas e dentes, a estudante passou a frequentar o curso e, aos poucos, foi sentindo uma motivação surgir em seu interior.

Em pouco tempo, a maquiagem foi tomando conta de sua vida e a depressão começou a ir embora. Em meio às cores e sombras, a variedade de batons e esmaltes, Cice percebeu que podia iniciar uma vida nova, partindo dessa profissão tão generosa com as mulheres. Prestes a ser formar, um curioso convite chegou até ela: “O que acha de ser uma voluntária no Dia da Autoestima?”.

A pergunta veio da organizadora do evento, Luciana Gonçalves, incentivada por um amigo em comum, Julio Kosaka que insistiu em apresentar Cice para contribuir com o evento, que aconteceu em novembro de 2.013, no Nipo Clube de Bauru. A primeira reunião entre as duas se deu na casa de Luciana que, sem saber a história de Cice, revelou o quanto acreditava no poder da maquilagem para restaurar a autoestima perdida das mulheres. Animada com a proposta, Cice se envolveu completamente no evento, realizando no dia do acontecimento, mais de 80 maquilagens, junto com duas amigas, também formandas do curso.

O sucesso foi tão grande que, motivada pelo resultado estampado na face de tantas mulheres felizes com a própria beleza, Cice revelou: - Quero fazer um projeto social com a maquilagem que eu amo. Nesse dia, ela tinha planos superiores, mas nem sequer imaginava que, dois meses após, receberia um diagnóstico estarrecedor. O destino havia lhe preparado uma prova de fogo: Cice estava com câncer de mama.

Após a descoberta, veio o susto, a choradeira que, segundo ela, durou apenas 3 dias. Como uma reação do coração, a resposta do corpo de Cice veio sob o formato de uma ideia: - “E se eu transformar o meu dom de maquilar em dom de superação para mulheres que, como eu, perderam cabelos, sobrancelhas e cílios?”

No dia em que começou a perder os cabelos, Cice saiu as ruas disposta a raspar a cabeça e colocar um lencinho. Foi nesse dia que os cabeleireiros Sebastião e Luzia entraram em cena e aplicaram uma peruca bem estilosa na maquiadora. Linda e reinventada, ela começou, então, a fazer vídeos de auto maquiagem para mulheres com câncer. Dentro do próprio guarda roupa, ela fazia maquiagem, passo a passo, explicando as “carequinhas” (como ela chama suas colegas de tratamento) como fazer para produzir efeitos saudáveis no rosto adoecido ou combalido pelo tratamento. Os vídeos, postados no youtube, foram a porta de entrada para o movimento EUMEAMO.

Cice e jornalO movimento EuMeAmo

Diante da dificuldade, Cice se alimentou de energias positivas e criou uma Fanpage “Eumeamo”. A autoestima cura e ajuda as mulheres com autoestima baixa a se embelezar e enfrentar a doença de cabeça erguida.

O movimento tem dois meses e conta com mais de 600 seguidores do Brasil, do Japão e de toda a América Latina. O sucesso da página na rede social é fácil de entender, segundo a sua criadora. Depois da quimioterapia o doente não tem vontade de ver e nem de fazer muitas coisas, se sente sugado fisicamente. Nesses momentos difíceis o computador ou mesmo o celular pode ser um bom aliado. O acesso à página pode ser um conforto, um apoio, uma força a mais.

A fanpage traz de maneira objetiva e positiva, todos os passos enfrentados pela maquiadora na busca da cura. Em foto quase diária, Cice mostra como é possível enfrentar os momentos mais difíceis, como o pós químio, compartilhando mensagens, fotos e filosofias. “Procuro mostrar de forma mais amena como foi ficar careca,” diz.

Um aliado no exercício diário de lutar, Cice adotou o livro “O Código Divino da Vida” de Kazuo Murakami, um dos profissionais que participaram do projeto genoma. E ela explica por-que? “Ele é um médico japonês que está estudando o código genético de cada ser humano. A forma como o pensamento positivo influi sobre cada célula sobre cada gene do seu corpo é uma das abordagens.”

No estudo de Murakami, segundo a maquiadora, cada célula tem uma mente. “Que temos que direcionar o nosso pensamento a essa mente das células. Temos que jogar informações positivas. Agradecer essas células por desempenharem o papel que lhes foi atribuído na mama. Assim, de acordo com a tese, a células vão trabalhar o que tem que ser trabalhado na mama e a favor do corpo. Estou agradecendo essas células. Acredito que isso vai ajudar muitas mulheres, por isso tem que ser divulgado,” diz Cice.

Nisso, a maquiadora tem razão. Dados do Instituto do Câncer de São Paulo apontam que 52% dos pacientes do Icesp são do sexo feminino. Dessas mulheres, 28% têm diagnóstico de câncer de mama e aproximadamente 22% apresentam tumores em órgãos digestivos. A neoplasia da mama continua sendo a principal vilã dentro e fora do instituto. No Brasil, segundo o Inca, corresponde a 22% dos novos casos de tumores por ano. No Icesp, o grupo de mastologia realiza mais de 1,2 mil atendimentos por mês, entre consultas médicas e cirurgias.

Chorar só por três dias, relembra Cice

Cice Hiromi quando teve que cortar o cabelo para químio Foi durante o banho que Cice Hiromi Ru percebeu o nódulo na mama esquerda, em novembro de 2013. Em janeiro veio a confirmação seguida de três dias de choro. “Foi muito difícil receber a notícia no câncer. Eu estava com minha mãe no consultório. Chegando a casa corri para o meu quarto e chorei, desabei. Minha mãe entrou no quarto e disse que era para eu chorar, mas que iríamos sair juntas da situação. No terceiro dia decidimos sentar e traçar metas,” lembra.

Mãe e filha resolveram ajudar as pessoas que passam pelo mesmo problema. “Ela disse chorar é comum entre aqueles que recebem essa notícia. Vamos fazer diferente. Temos de acreditar, ver o lado positivo. Comentei com uma amiga e com ela decidimos iniciar o movimento, a Fanpage.”

Cice e sua mãe decidiram tentar levantar a autoestima das mulheres também na sala de espera da quimioterapia. “O clima é pesado. A psicóloga entra na sala conosco e conversa com todos aqueles que vão receber o tratamento. Eu e minha mãe fizemos cerca de 40 origamis de Tsuru com mensagens de saúde e entregamos. Nem todos estão a fim de receber a mensagem, estão muito para baixo. Nós fazemos a nossa parte. Na última vez entreguei cartões para acessarem a Fanpage.”

A página tem conseguido dar apoio a muita gente. Há casos que a pessoa se fecha para os familiares e amigos e consegue desabafar no inbox (caixa de mensagem privada do Facebook). “Recebo muitas mensagens deste tipo. A pessoa confessa suas dificuldades, seu drama. É muito bacana poder ajudar, especialmente quem não pode contar com a família. No meu caso conto com esse apoio total.” A maquiadora pretende, mesmo depois de superar a doença, continuar com o Fanpage. “Estou lutando em várias vertentes para chegar à cura. Depois de ficar bem, vou continuar ajudando as pessoas que forem surpreendidas com a doença.”

Cice Hiromi Dalla Ru 1Cabelo é a moldura do rosto

Cabeleireiro há 50 anos o salão Sebastião & Luzia fazem a tarefa de casa quando o assunto é peruca. Prestam assistências, recebem doação e encaminham à Associação Bauruense de Combate ao Câncer.

“Eu recebo cabelo de alguns salões de Bauru e região. Mando fazer as perucas e doo para a associação. Qualquer tipo de cabelo pode ser doado. A pessoa recebe na hora uma peruca para doar para a associação. O cabelo é uma moldura do rosto. A mulher quando perde o cabelo perde um pouco da sensibilidade dela.”

O cabeleireiro lembra que atendeu recentemente uma mulher que ficou três meses fechada no quarto quando começou a cair o cabelo. “Ela veio aqui e não quis se ver careca. Raspei a cabeça dela e coloquei uma peruca. Ela saiu daqui outra pessoa. A peruca da uma esperança de vida para a mulher que enfrenta a quimioterapia.”

Entusiasmado com a possibilidade de ajudar, o cabeleireiro lança uma ideia. “Tem muita gente que quer doar o cabelo e não sabe como. A associação pode receber o cabelo e me encaminhar que eu mando confeccionar a peruca para serem doadas ou emprestadas. Depois quando a pessoa se cura, leva de volta para que outra pessoa possa ser beneficiada. Mensalmente lavamos e arrumamos uma média de 10 perucas encaminhadas pela associação. “Eu faço esse trabalho com o coração.”

Cice Hiromi Dalla Ru 2Fiquei careca

O primeiro mês do ano estava no fim quando Cice Hiromi Ru enfrentou a 1ª aplicação de quimioterapia. “Eu estava em meu quarto com o cabelo amarrado quando o elástico afrouxou e eu fui amarar o cabelo novamente. Nesse momento eu puxei o cabelo e um punhado deles ficou em minha mão. Foi horrível. Caiu a ficha nessa hora. O médico tinha me avisado, mas foi uma sensação muito estranha. De repente perder o cabelo e as sobrancelhas. Consegui relembra da meta... vou ajudar outras pessoas que estão passando por isso.”

A mãe da maquiadora entrou no quarto e juntas elas decidiram que Cice iria raspar a cabeça. “Minha mãe me falou: os cabelos estão indo embora e com ele tudo o que há de ruim. Eles nascem de novo. Fui procurar o Sebastião& Luzia no dia seguinte.” No salão do casal cabeleireiro uma surpresa. “Ele raspou meu cabelo e me ofereceu duas perucas. O meu cabelo vai virar uma peruca para alguém que como eu está em tratamento com quimioterapia. Não deu tempo de ficar triste, logo me vi com outro cabelo. A peruca me dá segurança. Com o lenço ou chapéu as pessoas nos olham diferente.”

Um novo rosto

A maquiagem é um recurso que disfarça imperfeições do rosto e um item que pode ajudar as mulheres a aumentar a autoestima. Se sentir bonita é tudo o que elas querem. Pensando nisso, a maquiadora resolveu usar suas habilidades para ajudar as pessoas que como ela atravessam momentos difíceis fisicamente.

“Eu vi um vídeo francês e me inspirei. Lá, eles levam os pacientes de câncer para um dia em que aprendem a cuidar da maquiagem e do cabelo. É emocionante, mostra a reação das pessoas no momento que elas se vêem maquiadas e com cabelo produzido. Conversando com uma amiga, percebemos que isso estava diretamente ligado a autoestima e a cura. Estando com o seu emocional saudável, você consegue fazer com que as células ruins trabalhem no sentido da cura.”

Cice decidiu postar um vídeo orientando as pessoas a usarem a maquiagem a seu favor. “Isso incentiva as pessoas a adotarem uma postura em relação ao câncer. Se não fazemos nada para se sentir melhor, vamos entrar no negativo.”

Os contatos da Cice:

https://www.facebook.com/movimentoeumeamo

https://www.facebook.com/cicehiromimakeup

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