sábado, 17 de agosto de 2013

A Voz da Fisioterapia

 

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Em decisão inédita, Justiça ordena esterilização de deficiente na Inglaterra

 

Homem de 36 anos já tem filho com namorada; juíza viu risco de 'sofrimento adicional e provavelmente mais sério' com nova gravidez.

Em uma decisão inédita na Inglaterra e no País de Gales, a Justiça britânica determinou nesta sexta-feira a esterilização de um portador de deficiência.

O homem, de 36 anos e morador da região central da Inglaterra, tem dificuldades de aprendizado e já teve um filho com a namorada em 2010.

Segundo especialistas, o homem, identificado apenas como D.E., tem capacidade de manter relações sexuais consensuais, mas não de tomar decisões sobre contracepção, incluindo a de passar ou não pela cirurgia de esterilização (por vasectomia), o que tornou necessária a intervenção da justiça.

Segundo depoimentos colhidos durante o julgamento, D.E. não teria desejo de ser pai novamente, e o pedido de esterilização foi feito com o apoio dos próprios pais dele.

Efeito 'significativo'

Durante o julgamento, foi informado à juíza Eleanor King que não era possível assegurar que D.E. fosse usar preservativos ou outros métodos anticoncepcionais.

Em seu parecer sobre o caso, a juíza afirmou que, embora more com os pais, D.E. tem um relacionamento de longa data com a namorada, identificada apenas como P.Q. e que também tem dificuldades de aprendizado, mas menos severas.

O nascimento do filho do casal teve um impacto 'significativo' nas duas famílias, e elas tiveram que tomar providências para garantir que não ocorresse outra gravidez, incluindo manter D.E e P.Q. separados a maior parte do tempo e supervisionar todo os encontros entre eles.

Segundo a juíza, o relacionamento do casal, que já dura dez anos, 'quase terminou devido à pressão (das famílias), mas resistiu maravilhosamente'.

De acordo com King, a realização da vasectomia é 'lícita e atende aos interesses de D.E.' e todas medidas razoáveis devem ser tomadas para permitir a operação, com o objetivo de permitir que ele 'retome sua relação de longo prazo com P.Q.' e sua independência, 'restabelecendo uma vida normal o mais rápido possível'.

Ela concluiu que outra gravidez poderia causar 'consequências e sofrimento adicional e provavelmente mais sério a D.E.'.

Caso incomum

O pedido para a realização da vasectomia foi feito pelo serviço público de saúde do local onde ele mora com o apoio dos pais de D.E., do médico e da autoridade local que ajudam a cuidar dele.

Seguindo as ordens da Justiça, nenhum dos envolvidos pode ser identificado.

Segundo o repórter da BBC Danny Shaw, que acompanhou o caso, houve no passado casos na Inglatera em que a Justiça determinou a esterilização de mulheres, mas nunca de um homem. Um pedido anterior de vasectomia foi feito às autoridades em 1999, mas foi recusado.

'Entretanto, esta decisão dificilmente deve levar a um grande número de pedidos de esterilização na justiça, visto que as circunstâncias neste caso são muito incomuns, com ninguém se manifestando contra a decisão', disse Shaw.

Um porta-voz da Mencap, uma ONG que atua na defesa dos direitos de pessoas com deficiências no Reino Unido, disse que a esterilização forçada de pessoas com deficiência eram prática comum no país nos anos 60.

O procedimento, realizado em hospitais onde os deficientes eram mantidos por longos períodos, começou a se tornar incomum nos anos 70, mas casos ainda eram registrados nos anos 80.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/08/em-decisao-inedita-justica-ordena-esterilizacao-de-deficiente-na-inglaterra.html

Crianças autistas têm melhor desempenho em matemática do que as outras

 

Conclusão é de estudo que comparou crianças com e sem o transtorno que tinham um QI dentro da média

Na Grã-Bretanha, terra natal da pesquisa, acredita-se que 2% das crianças tenham o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Bons alunos: Crianças autistas com um QI dentro da média se saem melhor em matemática do que crianças sem o transtorno, diz estudo (Polka Dot/Thinkstock)

O autismo é um termo geral que diz respeito a qualquer categoria dentro dos transtornos do espectro autista — ou seja, pessoas com o distúrbio apresentam características muito diferentes entre si. Em termos de cognição, há autistas com extrema dificuldade em desenvolver a fala e as habilidades acadêmicas, ao mesmo tempo em que existem indivíduos com o transtorno que são extremamente inteligentes e até geniais.

Um novo estudo feito na Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, Estados Unidos, observou que crianças autistas com um QI dentro da média geral — e que, portanto, não se enquadram em nenhum dos extremo descritos acima — têm um melhor desempenho em resolver problemas matemáticos do que crianças sem o transtorno. Para os pesquisadores, isso pode ser explicado pela forma única em que o cérebro de pessoas com autismo é organizado. Ou seja, em pessoas com o transtorno existe uma maior atividade em áreas cerebrais que favorecem essa habilidade. O trabalho será publicado neste final de semana no periódicoBiological Psychiatry.

Se, por um lado, crianças autistas apresentam problemas de interação social, como interpretar a expressão do rosto de uma pessoa, essa pesquisa mostrou que podem existir habilidades que são favorecidas pelo transtorno, como a capacidade de resolver questões matemáticas. "Ser capaz de resolver uma questão numérica e ter um bom desempenho em matemática pode fazer uma grande diferença na vida de uma criança autista", diz Vinod Menon, professor de psiquiatria da universidade e coordenador do estudo.

A pesquisa foi feita com 36 crianças de 7 a 12 anos – metade delas tinha autismo e todas apresentavam um QI dentro da média. Ao realizarem testes acadêmicos, todos os participantes apresentaram desempenho normal em ler e escrever. Porém, o desempenho médio das crianças autistas no teste de matemática foi superior ao das que não tinham o transtorno.

O uso de antidepressivos durante a gravidez pode dobrar o risco do filho desenvolver autismo. Essa é a conclusão de um estudo realizado na Califórnia e publicado no periódico Archives of General Psychiatryem novembro de 2011, que envolveu 298 crianças com distúrbios do espectro do autismo (ASD, na sigla em inglês) e 1.507 crianças no grupo de controle. O uso de tais medicamentos foi relatado por 6,7% das mães de crianças autistas, contra 3,3% das mães no grupo de controle. Essa relação é considerada mais forte caso os medicamentos sejam utilizados no primeiro trimestre da gravidez.

Estratégia — Os pesquisadores, então, resolveram entrevistar as c​rianças depois dos testes para saber quais estratégias elas tinham usado para resolver as questões de matemática. Nesse método elas podiam fazer contas numéricas com a ajuda dos dedos ou de cabeça; simplesmente se lembrar dos resultados de uma questão já vista antes; ou então fragmentar a questão em mais de uma conta, método conhecido como decomposição e considerado sofisticado para a faixa etária. Os autores descobriram que crianças autistas eram mais propensas do que as outras a resolver questões matemáticas de forma mais analítica, usando a decomposição.

Enquanto as crianças que participaram do estudo respondiam aos testes de matemática, uma máquina de ressonância magnética monitorou a atividade cerebral delas. Os exames revelaram que crianças autistas apresentam um padrão acima do normal de atividade em uma determinada região cerebral responsável por processar a imagem de objeto ou do rosto de outras pessoas.

Os responsáveis pela pesquisa acreditam que é esse padrão de atividade incomum o responsável pela maior habilidade de crianças autistas em resolver problemas matemáticos. "Nosso estudo apoia a ideia de que o desenvolvimento cerebral atípico no autismo pode levar não somente a déficits, mas também a habilidades cognitivas notáveis. Acreditamos que isso possa ser reconfortante para os pais de crianças com o transtorno", diz Menon.

O pesquisador lembra, porém, que nem todas as crianças autistas têm um desempenho superior em matemática. A equipe está, agora, coletando dados de um grupo maior de crianças com e sem autismo para entender melhor as diferenças na habilidade matemática entre elas.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/criancas-autistas-tem-melhor-desempenho-em-matematica-do-que-as-outras

Balé de surdo-mudos

DE 1000  MÃOS ...

Leia o parágrafo abaixo antes de você assistir o vídeo .

Há uma dança impressionante, chamada de Guanyin de Mil Mãos,que está fazendo as rondas em toda a rede. Considerando a coordenação estreita necessário, a sua realização não é nada menos que incrível, mesmo que eles não fossem todos surdos.

Sim, você leu corretamente. Todos os dançarinos são surdos-mudos. Contando apenas com os sinais das formadoras, nos quatro cantos do palco, estes dançarinos extraordinários oferecem um espectáculo visual que é ao mesmo tempo complicado e movimentado. Sua grande estréia internacional  foi em Atenas na cerimónia de encerramento da Paraolimpíada de 2004.

Mas tem sido há muito tempo o repertório dos chineses deficientes Trupe Arte Popular Execução e têm viajado para mais de 40 países. Seu bailarino principal de 29 anos de idade, Tai Lihua, tem um BA da Fina Hubei Instituto de Artes. O vídeo foi gravado em Pequim durante o Festival da Primavera deste ano.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

BRASILEIRO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA É FINALISTA EM CONCURSO DE EMPREENDEDORISMO

 

THIERRY MARCONDES E SUA EQUIPE DA STARTUP GLORIOSOS DISPUTAM A ETAPA FINAL DO DESAFIO EM OUTUBRO, NOS ESTADOS UNIDOS

Thierry Marcondes, CEO da startup Gloriosos, finalista do Desafio Intel 2013 (Foto: Divulgação)THIERRY MARCONDES, CEO DA STARTUP GLORIOSOS, FINALISTA DO DESAFIO INTEL 2013 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Thierry Marcondes tem 25 anos e um currículo de fazer inveja a muita gente experiente. Estudante de engenharia mecânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele já morou na Inglaterra e no México, se envolveu com projetos internacionais na área de meio ambiente, petróleo e carbono, foi estagiário da GE Energy e é o CEO da startup Gloriosos, representante brasileira na última etapa do Desafio Intel 2013, uma competição de soluções tecnológicas, da qual participam startups, que acontece em outubro nos Estados Unidos. Marcondes fala inglês, um pouco de espanhol e francês. E, além de todo o empenho acadêmico, o jovem também sabe cozinhar, bordar e tocar trompete.

Seria a história de mais um prodígio não fosse por um detalhe que torna o caso de Marcondes exceção: ele nasceu com surdez profunda. Então, pegue todo o esforço que você imaginou ali no início do texto e multiplique por algum número bem alto. Se ter sucesso já é difícil para quem tem os cinco sentidos tinindo, imagine quando falta um deles - especialmente em um mundo ainda pouco adaptado a deficiências. Ele reconhece mesmo que deu trabalho chegar aos 25 anos com toda essa experiência, fazendo leitura labial e sem conseguir falar ao telefone, mas faz questão de trocar a palavra "dificuldade" por outras, como "desafio" ou "aventura", quando fala sobre sua vida.

As aventuras começaram cedo na vida do estudante. Aos 11 anos, ele se mudou para a Inglaterra, quando sua mãe foi fazer uma pós-graduação em uma universidade do país. Na época, Marcondes sabia fazer leitura labial em português - o que já era uma vitória - mas teve de estudar tudo de novo, dessa vez, em inglês. Com a ajuda de uma professora canadense, ele aprendeu a entender e a falar não só o próprio inglês, mas também um pouco de espanhol e francês. "Foi um dos períodos mais incríveis que vivi. Aprendi também a cozinhar, a bordar, a tocar trompete. Cheguei até a tocar na orquestra de natal da escola no final do ano. Considero uma grande conquista, já que tiver de bolar estratégias para aprender a tocar pela vibração do instrumento".

Foi também na Inglaterra que o futuro engenheiro diz ter descoberto sua vocação. "Ficava até depois das aulas fazendo trabalhos de tecnologia, de projetos. Montava alguns objetos para suprir minhas necessidades. Se queria um carrinho para brincar, por exemplo, eu montava um. Isso foi despertando o meu interesse por tecnologia e construindo a minha curiosidade pela engenharia".

Assim, de volta ao Brasil, não é de se estranhar que ele tenha optado pelo curso de engenharia mecânica. Entrou na Unicamp, em 2007. No início da faculdade, se envolveu em diversos projetos, indo de tecnologia aeronáutica até a área ambiental. Fez inclusive um intercâmbio para o México, onde aprofundou seus conhecimentos em sustentabilidade. Em 2012 (ele adiou a formatura alguns semestres para aproveitar melhor a universidade), ele montou a equipe da startup Gloriosos e partipou do Desafio Unicamp daquele mesmo ano. Venceram a disputa com o projeto do Lux Sensor do Brasil, o mesmo a concorrer no Desafio Intel, um sensor de alta sensibilidade para detecção de combustível adulterado.

Thierry Marcondes e Wellington de Souza Filho, CTO da Lux Sensor e estudante de engenharia eletrica na Unicamp (Foto: Divulgação)THIERRY MARCONDES E WELLINGTON DE SOUZA FILHO, CTO DA LUX SENSOR E ESTUDANTE DE ENGENHARIA ELETRICA NA UNICAMP (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Na etapa da América Latina, o sistema ganhou o teceiro lugar, atrás de projetos da Venezuela e do Chile. A pontuação foi suficiente para que o grupo de Marcondes entrasse na competição mundial, que ocorre em outubro, em Berkeley. Ao lado de outras 30 startups, a Gloriosos concorre a um prêmio de US$ 100 mil.

"O projeto do Thierry é muito bom. Os juízes acreditaram que o projeto dele tem muito potencial, mas a gente não sabe como são os outros, não dá para dizer quais são as chances de o Lux Sensor ganhar", diz Rubem Saldanha, gerente de educação da Intel Brasil.  Para o executivo, no entanto, essa etapa final é apenas a cereja do bolo de um processo já bastante enriquecedor. "O Thierry ganhar ou não ganhar não é o mais importante. O que importa é o efeito que ele cria quando volta: as conversas que ele vai ter com seus amigos, as experiências que ele vai passar para as outras pessoas. Isso dissemina a cultura do empreendedorismo".

Para Marcondes, que passa a impressão de ser dessas pessoas que está sempre se desafiando, não é muito diferente. "Vejo que, a cada dia, venho descobrindo coisas novas, aprendendo coisas novas e superando obstáculos pessoais, profissionais e até aqueles referentes à minha necessidade especial. Estou bastante orgulhoso da equipe e até onde conseguimos chegar".

Nesse processo todo, o estudante afirma que a deficiência auditiva não foi muito mais do que um "desafio interessante". "Precisei enfrentar algumas situações. Por exemplo, todas as reuniões tinham de ser presenciais, pois não consigo falar ao telefone. Ao mesmo tempo, percebi que era preciso ter confiança nos sócios era essencial. Vi que era necessário unir forças e sempre trabalhar com pessoas que me complementem".

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2013/08/brasileiro-com-deficiencia-auditiva-e-finalista-em-concurso-de-empreendedorismo.html

Aluno com surdez conclui mestrado na Universidade Federal do ES

 

Ademar Miller Júnior foi primeira pessoa com surdez a ser mestre pela Ufes.
Ele se formou em Pedagogia e defendeu tese sobre inclusão.

Ademar Miller Júnior, primeiro surdo a ter uma tese de mestrado aprovada na Ufes  (Foto: Divulgação/UFES)Ademar Miller Júnior - 1º surdo a ter um mestrado
aprovado na Ufes (Foto: Divulgação/UFES)

Concluir a graduação em Pedagogia não foi suficiente para o agora mestre Ademar Miller Júnior. No dia 29 de julho, ele tornou-se o primeiro aluno com surdez a defender uma tese de mestrado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele foi aprovado sem ressalvas diante de um público de mais de 100 pessoas, no auditório do Centro de Educação.

Além de ser o primeiro aluno surdo a concluir o mestrado na Ufes, Ademar foi também foi o primeiro a se formar no curso de Pedagogia e o primeiro professor substituto da Ufes com surdez.

Como não poderia deixar de ser, Ademar comemorou o feito. “Tenho certeza de que serei um modelo para tantos outros que verão em mim uma possibilidade de entrar no mestrado. No futuro penso em fazer o doutorado, aqui ou nos Estados Unidos", disse.

Durante a pesquisa, Júnior teve uma bolsa de estudos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) e, em agosto de 2011, interrompeu o mestrado para participar de um intercâmbio de seis meses na Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos, a única no mundo cujos programas são desenvolvidos para pessoas com deficiência auditiva.

Em seu mestrado, a banca examinadora foi composta pela orientadora do trabalho e professora Ivone Martins, da coorientadora e sub-chefe do Departamento de Educação Integrada em Saúde, Lucyenne Machado, da professora Edna Castro e do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rodrigo Marques, que aprovaram a tese “A inclusão do aluno surdo no Ensino Médio”.

Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2013/08/aluno-com-surdez-conclui-mestrado-na-universidade-federal-do-es.html

Professora potiguar faz sua estreia na literatura com fábulas de inclusão

Débora Araújo Seabra de Moura lança 'Débora Conta Histórias'

16 de agosto de 2013 | 21h 43

Maria Fernanda Rodrigues - Enviada especial a Natal - O Estado de S. Paulo

Aos 32 anos, Débora Araújo é também educadora e atriz - Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

Maria Fernanda Rodrigues/Estadão

Aos 32 anos, Débora Araújo é também educadora e atriz

Nas fábulas criadas por Débora Araújo Seabra de Moura, que resultaram em sua estreia na literatura com o infantil Débora Conta Histórias (Alfaguara), vivem um passarinho de asa quebrada, uma galinha surda, um sapo que não sabia nadar, um gato e um coelho preto, um cachorro e um papagaio que não se davam e um pato gay. Algumas dessas histórias remetem a cenas concretas que a autora presenciou na infância e adolescência. Outras foram inventadas. Juntas, ajudam a contar a história da própria Débora e do ambiente em que cresceu – ainda que, ela diz, não tenha sido essa a sua intenção.

“Usei animais para mostrar como eles se sentem na própria pele”, explica a autora. Para ela, as histórias mostram exatamente o que ali está escrito. Em Passarinho de Asa Quebrada Também Voa, por exemplo, ela fala sobre um pássaro que depois de quebrar a asa não consegue acompanhar o bando, que questiona se o amigo não estaria mais seguro se ficasse numa gaiola. A garota que mora na fazenda onde Débora situa suas fábulas entra em ação e pede aos passarinhos que aceitem o jeito dele, já que ele é capaz de chegar no mesmo lugar, mas um pouco depois. Resultado: eles ficam envergonhados pela proposta que fizeram e alguns passam a voar mais atrás, fazendo companhia para o amigo de uma asa só. “Quis mostrar que tem que incluir”, comenta.

Nos seus 32 anos, Débora passou, firme, por poucas e boas e sabe o valor de uma boa amizade e de ser aceita num grupo. Ela nasceu com síndrome de Down numa época em que seus portadores eram conhecidos pejorativamente como mongoloides. Foi rejeitada, e depois amada. Fez parte da primeira geração estimulada precocemente. Estudou em escola regular. Em alguns momentos, foi discriminada e excluída, mas nunca abaixou a cabeça. Conquistou o respeito, bons amigos e seu espaço na sociedade. Sua determinação a levou ao curso de magistério, e ela se tornou a primeira brasileira com a síndrome a se formar na profissão. Tudo em seu ritmo, com suas próprias pernas, o empurrão da família, o olhar sempre adiante e disposição para realizar novos sonhos.

Na ficção ou na vida real, o que Débora nos conta é uma história de aceitação e de inclusão. Seu livro não traz simples fábulas com uma moral no final. É diferente. Bonito e gracioso. É a expressão do que ela sente na própria pele, para usar suas palavras, e mesmo que ela não consiga simbolizar isso é a expressão de sua postura diante da vida.

Débora Conta Histórias, com ilustrações de Bruna Assis Brasil, tem tudo para ser adotado em escolas e os convites para que a autora participe de feiras e eventos literários já estão chegando. É o começo de uma nova carreira, que ela terá de conciliar com sua rotina profissional. Há nove anos, é professora auxiliar na Escola Doméstica, em Natal. “É uma experiência riquíssima para mim”, diz, sobre seu trabalho. Hoje, acompanha crianças entre seis e sete anos – são seus alunos mais velhos –, mas já teve turmas de diversas faixas etárias. “Gostei mais de trabalhar com crianças de três e quatro anos, mas não faço diferença.” Não faz mesmo, de nada. É firme em seus princípios e não tolera injustiça e discriminação.

Quando soube que dois amigos de sua mãe eram um casal, disse a eles que ficava feliz, mas que tinham de estar preparados porque poderiam sofrer preconceito. A homenagem ao casal está no livro, em O Pato Que Não Queria Namorar Com a Pata.

A obra foi escrita despretensiosamente, às escondidas. Foi um presente de Natal de Débora aos pais. A versão em sulfite e espiral circulou pela festa da família até chegar às mãos de um amigo, que se ofereceu em levar o volume para a Saraiva, que editava suas obras de Direito. Dias depois veio a resposta negativa. Foi feita uma nova edição caseira mais profissional que a apostila, mas a advogada Margarida já estava convencida de que valia a pena lutar por mais essa causa da filha.

Este não foi o primeiro livro escrito por Débora. Margarida comenta que todos os portadores de síndrome de Down, quando chegam a uma maturidade, querem contar sua história. “Débora fez isso e seu relato ficou restrito à nossa família. Mas este é diferente.” Depois de muito relutar, perguntou se um amigo escritor não daria uma olhada e, se gostasse, se não mandaria para sua editora. O livro chegou então até Roberto Feith, presidente do grupo Objetiva, que topou a edição no mesmo dia. “O que me chamou atenção foi o encanto da história contada por Débora e o exemplo de valor que ela personifica na forma de viver”, diz Feith, agora que os 3.500 exemplares da primeira tiragem estão nas livrarias. Uma grande festa de lançamento está marcada para o dia 5 de setembro, em Natal, e Débora, farrista como se apresenta, está animadíssima com os preparativos.

O amigo que deu o pontapé inicial na edição prefere ficar no anonimato. E o primeiro livro publicado de Débora vem com o endosso de João Ubaldo Ribeiro, prêmio Camões e cronista do Caderno 2. “Raramente me emocionei tanto quanto ao ler pela primeira vez as histórias criadas por Débora”, escreve.

Ela já trabalha num novo livro, que tratará de sua experiência profissional. No entanto, não tem grandes aspirações literárias. Prefere ler histórias para seus alunos do que inventá-las na hora. Mas tem aspirações artísticas. Em casa, sempre teve contato com literatura, música erudita e outras formas de arte. Mas foi com o teatro que encontrou a melhor forma de se expressar. Para voltar aos palcos, depende da reabertura do Centro Experimental de Formação e Pesquisa Teatral. É sua nova bandeira.

DÉBORA CONTA HISTÓRIAS
Autora: Débora Araújo Seabra de Moura
Editora: Alfaguara (32 págs., R$ 34,90)

TRECHOS

Passarinho Com Asa Quebrada Também Voa

"Um dia desses, a menina Sandra foi passear pela fazenda e encontrou um passarinho perdido.

Ele estava com uma asa quebrada e gemia muito. Então, ela pegou o passarinho, levou-o com carinho para casa e fez um curativo em sua asa. Quando o passarinho se curou, ficou voando com uma asa só. A menina Sandra ficou triste quando ele foi embora, mas ela sabia que o passarinho tinha o direito de se libertar para fazer parte da natureza, cuidar da sua vida.

Só que o passarinho gostou da fazenda, da menina Sandra e dos seus amigos. Ele sentiu saudades e voltou."

O Pato Que Não Queria Namorar Com a Pata

”Um pato gostava de namorar outro pato. Ele gostava dele, por isso, ele era discriminado pelos outros animais, pois existe a lei dos patos na fazenda.

Os pais do pato reagiram e falaram:

- Meu filho, por que você está namorando um pato e não uma pata?

Aí ele falou:

- Eu decidi namorar outro pato.

Então, os pais dos patos decidiram fazer o seminário Novos Arranjos Familiares dos Patos."

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/

Autismo se instala nos 3 primeiros anos de vida; conheça possíveis sinais do transtorno

11/08/2013 23h14 - Atualizado em 12/08/2013 18h11

 

No segundo episódio da série “Autismo, universo particular”, Drauzio Varella investiga os sinais do autismo e por que é tão difícil chegar a um diagnóstico.

O ator Marcelo Serrado leva o drama do autismo para os palcos e revive um personagem marcante do cinema: Rain Man, sucesso nos anos 80. “Fazer um autista é um presente para qualquer ator. Porque esses caras são especiais”, diz o ator.

Como e quando o autismo se manifesta? Quais os primeiros sintomas? E por que é tão importante começar o tratamento o mais cedo possível?

O autismo se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que cordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias. Embora o transtorno seja incurável, quando demora para ser reconhecido, esses neurônios não são estimulados na hora certa e a criança perde a chance de aprender.

Estudo mostrou que, enquanto nos Estados Unidos o diagnóstico é feito antes dos 3 anos de idade, no Brasil o transtorno só é identificado quando a criança já tem de 5 a 7 anos. Esse atraso agrava as deficiências do autismo e traz mais sofrimento para as famílias.

Questionário ajuda a identificar possíveis sinais de autismo

O caso de Kevin

Há seis anos, Vera e Reginaldo procuram um diagnóstico que os ajude a compreender os males que afligem o filho Kevin. Você conheceu o Kevin no domingo passado. Vimos que ele se levanta diversas vezes, de madrugada, pra tomar banho. Desde pequeno, o menino começou a apresentar comportamentos peculiares.

Quando percebe que está chegando o momento de comer, Kevin fica agressivo. O som do liquidificador é especialmente irritante no autismo. Kevin se alimenta de papinha, ele recusa alimentos sólidos.

“A gente já foi em neuro, psiquiatra, psicólogo, pediatra, clínico, tudo quanto é médico a gente já foi. Uns falam que é retardo mental grave, outros falam que não. Tem médico que fala que ele não tem nada, que pode ser uma birra, uma manha”, diz a mãe.

O neuropediatra Salomão Schwartzman analisou vídeos de quando Kevin era bebê. Aos quatro meses, ele se comportava como qualquer criança. Mas com um ano idade, ele já apresentava pequenos sinais de autismo.
“Fica olhando sempre na mesma direção. Ele não explora mais o ambiente. E uma face sem muita expressão”, analisa o médico.

Foi somente no mês passado que a peregrinação terminou. Kevin recebeu o diagnóstico de autismo - um diagnóstico tardio. A demora em identificar o transtorno dificulta o tratamento. Depois de seis anos, a família de Kevin pôde, finalmente, procurar ajuda especializada.

Kevin perdeu a oportunidade de receber tratamento nas fases iniciais de seu desenvolvimento. Agora, será preciso muito trabalho para correr atrás dos prejuízos.

“A gente sempre fala que a gente não vai ficar assim pro resto da vida, como que será que vai ser ele sozinho? Quem vai querer cuidar dele? Como será que vai ser a vida do Kevin? A gente se preocupa já com isso. 'E complicado, né?”, diz a mãe de Kevin.

Sinais de autismo

Quais são os sinais típicos do autismo? Algumas características podem ajudar você a desconfiar quando a criança tem autismo. Desconfiar porque quem vai fazer o diagnóstico é o especialista.

Um dos sintomas mais comuns é quando a criança não responde ao ser chamada pelo nome.  A criança parece surda. Você chama pelo nome, ela não responde.

Na presença de outras crianças, ela se isola. Não participa de brincadeiras coletivas. Ela evita o contato físico. Você vai fazer um carinho e ela se afasta. Parece que tomou um choque. É hiperativo. Anda pra lá e pra cá, mexe em tudo, não para um minuto.

Mais uma característica marcante: não apontar com o dedo para o objeto que quer alcançar.
Ela pega no seu braço e leva até ele, como se usasse a sua mão como uma ferramenta.

A relação com os objetos - brinquedos, por exemplo - é diferente do esperado. Ela usa os objetos de uma forma muito particular. Ela pega um carrinho, vira ao contrário e é capaz de passar horas girando a rodinha.

Também não sabemos por que, mas pessoas com autismo parecem ter uma sensibilidade alterada. Podem cair no choro por causa de um simples toque. Mas, às vezes, se machucam feio e não demonstram sentir dor. Mesmo em dias muito frios, não se preocupam em se agasalhar.

A criança com autismo foge do contato visual. “Mesmo às vezes na primeira mamada. E é o momento em que seguramente o bebê olha nos olhos da mãe já com horas de vida. Algumas vezes você consegue detectar a falta desse contato”, explica Salomão.

Hoje, testes clínicos permitem entender melhor essa dificuldade.

O caso Gabriel

“O diagnóstico do Gabriel tem uns quatro anos mais ou menos. Porque até então eu não sabia. Sabia que o Gabriel era um menino especial”, conta a mãe do que menino que tem hoje 16 anos. 

Nós fomos com ele fazer um teste. O programa de computador registra para que ponto a pessoa está olhando quando vê uma figura na tela.

“Quando você mostra numa tela um bebê e um relógio, normalmente eles olham muito mais pro relógio. Eles não têm tanto interesse pra olhar pro bebê. Quando você mostra um rosto, um de nós deve olhar pros olhos - como eu estou olhando pro teu agora. Eles em geral olham pra outra parte do corpo”, explica Salomão.

Ao ver uma foto, Gabriel mostrou que é capaz de olhar nos olhos de uma pessoa. Mas revelou outro sintoma comum no autismo. Às vezes, ele não consegue interpretar corretamente o contexto de uma cena.

No autismo, pode existir uma dificuldade em interpretar figuras. “O que a gente imagina? Que provavelmente ele observa o mundo de forma fragmentada. Se você somar essa dificuldade de visualizar o contexto, mais as dificuldades que eles têm de linguagem, você começa a perceber que o mundo deles é muito diferente do nosso”, observa Salomão.

De volta ao consultório, mais um teste com Gabriel.  Desta vez, para detectar se Gabriel é capaz de reconhecer expressões faciais. Gabriel diz que está vendo uma pessoa de boca aberta.

Para a maioria das pessoas, o reconhecimento é intuitivo. Mas Gabriel demora, procurando pistas que o ajudem a entender o que está vendo.

O caso Ana Beatriz

Drauzio Varella foi até Santo André, na grande São Paulo, para conhecer a Ana Beatriz, de 4 anos. “Eu fiz sete fertilizações pra ter ela. Graças a Deus ela veio. Eu tive ela com 46 anos”, conta a mãe, Marinês Câmera.

A mãe conta que Ana Beatriz nasceu prematura e se desenvolveu normalmente até os 2 anos. Mas quando entrou na escola, a mãe percebeu que tinha algo estranho, com 2 anos ela não falava.

Alguns bebês com autismo nem chegam a falar, é bastante comum. Outros começam a pronunciar as primeiras palavras, mas de uma hora para a outra regridem. Um choque para a família.

Apesar de não falar, Ana Beatriz é uma criança cheia de habilidades - esperta mesmo.
Quando Drauzio Varella esteve em sua casa, ela mostrou que é capaz de entender números e organizar os brinquedos.

“Se você colocar fora da ordem, por exemplo, ela vai lá, empurra tudo, e ela coloca na ordem”, explica a mãe.

Marinês sabe que a filha tem autismo, mas está cheia de dúvidas quanto ao grau do transtorno.

“Ela entrou no consultório e me ignorou totalmente. Isso já é uma coisa que chama um pouquinho a atenção, porque não é esperado numa criança com desenvolvimento social típico”, aponta Salomão.

Ao ganhar uma caixa de brinquedos, Ana Beatriz reage de forma inesperada. Em vez de brincar com os trenzinhos, ela começa a organizá-los em fileira, cada um por tamanho e cor, todos voltados para a mesma direção.

“Não é um brincar lúdico. Isso é uma organização, é uma coisa sistemática. Eles são extremamente sistemáticos. O mundo da criança com autismo é um mundo que ela tenta classificar, organizar, sistematizar”, diz Salomão.

A avaliação, feita a nosso pedido, foi até certo ponto tranquilizadora. “Ela não é um caso de autismo severo. Porque ela não demonstra até agora uma deficiência intelectual. Ela demonstra claramente que ela sabe o que quer fazer, identifica corretamente, organiza de forma absolutamente racional”, explica Salomão.

No próximo domingo

Quais são as possibilidades de tratamento para quem tem autismo? É possível controlar os sintomas mais graves?  Domingo que vem, continuaremos nesse universo particular.

Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/

terça-feira, 13 de agosto de 2013

GOL tem de reservar poltronas a deficientes carentes

Segundo decisão judicial, companhia terá que reservar pelo menos duas poltronas para portadores de deficiência comprovadamente carentes

Passageiro usa guichê eletrônico da GOL no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

Passageiro usa guichê eletrônico da GOL no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

Brasília - A companhia aérea GOL terá de reservar pelo menos duas poltronas por avião em todos os voos nacionais para portadores de deficiência comprovadamente carentes. Numa decisão tomada nesta semana, os desembargadores da 5.ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região reconheceram o direito dos deficientes carentes ao passe livre e gratuito.

 

Por unanimidade, os desembargadores concluíram que a legislação brasileira determina a reserva das poltronas. "Por intermédio da presente ação, busca-se o efetivo cumprimento de disposição legal, devidamente regulamentada, em que se assegurou aos portadores de deficiência física, comprovadamente carentes, o direito ao livre-acesso gratuito aos serviços de transporte interestadual", afirmou o relator do caso no TRF, desembargador Souza Prudente.

De acordo com informações do TRF, a GOL também foi condenada a pagar uma indenização por danos morais coletivos de R$ 50 mil. O caso chegou à Justiça porque o Ministério Público Federal protocolou uma ação civil pública contra a União e a GOL com o objetivo de garantir o direito dos portadores às poltronas.

O pedido foi rejeitado pela Justiça Federal em Uberlândia. O Ministério Público recorreu e o TRF reformou a decisão, assegurando aos deficientes carentes o passe livre. Durante o julgamento, o desembargador Souza Prudente observou que as outras companhias aéreas que operam no aeroporto de Uberlândia (MG) estão concedendo passe livre as deficientes carentes. Segundo ele, não se pode admitir que apenas a GOL "permita-se ao seu descumprimento".

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/gol-tem-de-reservar-poltronas-a-deficientes-carentes

Deficientes superam desafios para ingressar no mercado de trabalho

Lei estabelece cota de 2 a 5% para contratação em empresas.
Percentual nem sempre é preenchido.

A lei nº 8.213 existe há mais de 20 anos e estabelece que as empresas com cem ou mais empregados preencham de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência capacitadas para a função. A legislação garante a inserção dessas pessoas ao mercado de trabalho, mas nem sempre elas conseguem se adequar às exigências dos empregadores.

Para Fernando Fernandes o apoio dos pais foi essencial para garantir seu espaço no mercado de trabalho (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

De acordo com a diretora do Sistema Nacional de Emprego em Palmas (Sine), Vânia Vidal, muitas vezes o portador de deficiência não procura o emprego porque tem direito ao Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, que é assegurado por lei e pago pelo INSS. “Se a pessoa tem esse benefício, ela não pode ter um vínculo empregatício. Por isso, acreditamos que a falta de procura de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho, também se dá através desta questão, de perder o benefício por causa do vínculo empregatício”, explica.

Fernando Fernandes, formado em contabilidade, não vive do benefício. Ele desempenha as tarefas no setor de compras de uma empresa da capital e se orgulha do trabalho que desempenha. “Meus pais sempre incentivaram a ser uma pessoa independente. Sempre batalhei muito por tudo que eu quis.”

André Vinícius é surdo e diz que não quer trabalhar, e não depender do INSS (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)André Vinícius é surdo e diz que quer trabalhar para
não depender do INSS

Como Fernando, André Vinícius, que é surdo mudo, também quer entrar no mercado de trabalho. Ele foi com o amigo Gilton Júnior ao Sine de Palmas em busca de uma das vagas para pessoa portadoras de deficiência. Mesmo não tendo se enquadrado no perfil exigido pelas empresas, ele disse que prefere trabalhar do que estar recebendo incentivo do INSS. "Todo surdo-mudo não tem intenção de viver do incentivo do governo, quer trabalhar”, diz André por meio da língua de sinais.

Na empresa em que Fernando Fernandes trabalha, o quadro funcional conta com 47 pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Outras vagas são oferecidas, mas nem todas enquadram no perfil exigido, como explica a gerente de recursos humanos, Maria Duarte. “Precisa de profissionais que tenham conhecimento específico para atuar na área. Temos dificuldade porque encontramos profissionais com capacidade mais administrativa, onde a gente tem um número de vagas mais reduzido."

E na empresa todos são tratados igualmente. "Aqui não tem essa de banho-maria, tem que ralar como qualquer outro", enfatiza Fernando.

Fonte: http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/08/pessoas-com-deficiencia-superam-desafios-do-mercado-de-trabalho.html

Deficientes ocupam só 1% do mercado

Dado faz parte de pesquisa realizada pelo Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência no ABCDMARCELO MELO
marcelo.melo@abcdbomdia.com.br

Lei que determina inclusão de deficientes no mercado completou 22 anos em julhoLei que determina inclusão de deficientes no mercado completou 22 anos em julho

Dos 805.858 trabalhadores empregados na região, apenas 10.791 são portadores de algum tipo de deficiência física, ou 1,33% do mercado de trabalho.

A informação faz parte de levantamento realizado pelo PADEF (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência) e só não inclui Rio Grande da Serra.

Os dados demonstram que o resultado ainda está longe do esperado, já que a legislação determina que as empresas reservem até 5% do total de vagas para os portadores de necessidades especiais.

Segundo a coordenação do PADEF, a maior parte dos contratantes ainda não está preparada para receber o contingente de trabalhadores nestas condições, tanto pela acessibilidade dos prédios e instalações das empresas, quanto pela postura dos diretores, que muitas vezes optam em não dar chances aos deficientes fisícos.

Segundo informações do último censo, somente no estado de São Paulo são 9 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência e apenas 124 mil estão empregadas.

Legislação / A chamada Lei de Cotas  - Lei 8.213 - completou em julho 24 anos de a sua aprovação.

Sua criação teve como objetivo regulamentar e auxiliar os portadores de deficiência na busca por emprego, que antes disso era algo ainda mais complicado.

Entre as principais determinações da lei, está a condição de que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% (dependendo do total de empregados) dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência.

A baixa escolaridade e a falta de qualificação profissional, provocadas pela falta de infraestrutura na educação e transporte público do país, são apontadas como as principais causas da não contratação de pessoas com deficiência pelas empresas, além da adaptação necessária na estrutura das organizações, para que os espaços possam ser adequados ao trabalho e ao deslocamento dos profissionais.

MAIS

Legislação  precisa oferecer chance

De acordo com a legislação, empresas que possuem de 100 a 200 empregados devem ter 2% de deficientes no quadro de funcionários.  As que empregam de 201 a 500, devem destinar 3% das vagas aos deficientes. Entre as que trabalham com 501 a 1000 funcionários, o porcentual deve ser de 4% . Acima de 1001, o toral reservado deve ser de 5%.

10.791 é número de trabalhadores com algum tipo de deficiência empregados no ABC.

Rio Grannde está fora da pesquisa

Os números não levam em consideração os dados de Rio Grande da Serra, que não entrou na pesquisa

Fonte: http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/55441/Deficientes+ocupam+so+1%25+do+mercado+

Mulheres cegas aprendem a se maquiar sozinhas no Amapá

Deficientes visuais também querem aprender dicas de etiqueta.Bernadete Isacksson, 40 anos, é professora de educação especial (Foto: Maiara Pires/G1)
Oficina de maquiagem encerrou neste sábado (10), no Senac-AP.

Bernadete Isacksson, 40 anos, é professora de educação especial (Foto: Maiara Pires/G1)

Bernadete Isacksson, 40 anos, é professora de educação especial. Ela aprendeu neste sábado (10) a se maquiar sozinha, o que não fazia há 28 anos por conta da deficiência visual adquirida. Ela participou de um projeto piloto do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-AP) em parceria com a Associação de Cegos e Amblíopes do Amapá (Acaap).

"O que eu sabia era só passar batom e o pó compacto", conta a educadora. "Agora já sei passar blush, sombra e lápis de olho, sendo que o lápis ainda é o mais difícil", relata, sobre a experiência que para ela "foi muito boa".

Para escolher as cores, os estojos estavam identificados em linguagem braile. Bernadete diz que teve dificuldades em passar o lápis de olho por conta da coordenação motora "que ainda está muito devagar". "Eu gosto de cores claras", disse a professora.

"E também senti como tivesse uma 'areiazinha' dentro dos olhos", lembra. "Mas acho que isso acontece com outras mulheres. Mesmo assim, tudo é uma questão de prática, treinamento. Com certeza daqui a pouco estarei profissional", brinca.

Mulheres cegas e amblíopes durante oficina no Senac-AP (Foto: Mulheres cegas e amblíopes durante oficina no Senac (Foto: Maiara Pires/G1)Maiara Pires/G1)

A professora de educação especial é amblíope, ou seja, não é totalmente cega, mas possui baixa visão. Ela conta que aos 12 anos de idade começou a fazer consultas oftalmológicas em Macapá (AP). E aos 20 anos foi diagnosticada em Belém (PA) com retinose pigmentar, doença hereditária que causa degeneração da retina, responsável pela formação das imagens visuais. "Tenho um irmão que nasceu cego. Somos os únicos casos na família", acrescenta.

Depois que adquiriu a doença, Bernadete Isacksson conta que passou 10 anos sem estudar. "Tive que parar porque não enxergava mais nada no quadro", diz, sobre o curso de Magistério que fazia. "Mas retornei depois de dois anos e não parei mais. Hoje, estou me formando em Pedagogia", conta, acrescentando que teve de se adaptar numa turma de ouvintes utilizando recursos para ampliação das letras para pode enxergar melhor, além da linguagem em braile.

Oficina
A iniciativa do projeto piloto é da Associação de Cegos e Amblíopes do Amapá, a partir da vontade das mulheres associadas de aprender a se maquiar sozinha, segundo o presidente da entidade, João Pereira. "Apresentamos essa demanda ao Senac que colocou seus instrutores à disposição para ministrar esta oficina de maquiagem a elas", informou Pereira.

Foram dois sábados de oficina. As mulheres cegas e amblíopes do Amapá também já manifestaram interesse em aprender como se comportar à mesa e como se vestir bem. "Já estamos conversando com a instituição para saber da viabilidade de mais destas oficinas", disse o presidente da associação.

A coordenadora técnico-pedagógica do Senac-AP, Obde Gadelha, disse que o trabalho valeu como experiência para a própria instituição saber como aprimorar o atendimento às pessoas com deficiência. "Já ministramos cursos para pessoas com deficiência auditiva trabalhando a inclusão social delas. Para os deficientes visuais foi uma novidade que experimentamos até mesmo para aprimorar esse atendimento", ressaltou.

Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2013/08/mulheres-cegas-aprendem-se-maquiar-sozinhas-no-amapa.html

Laboratório quer aproximar deficientes visuais da tecnologia

Curso de informática básica será ministrado a partir do mês de setembro.
Teclado e impressora são em braile e facilitam o acesso dos deficientes
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 Aproximar deficientes visuais do mundo tecnológico é o desafio de um laboratório montado em uma instituição de ensino superior em Varginha (MG) e o projeto tem dado certo. A assistente social Caroline Nery Figueiras conta que o equipamento já está pronto e o curso será feito em parceria com o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Varginha.

“A primeira turma será montada a partir de um banco de dados do próprio conselho, mas esta necessidade vem da grande demanda existente nas empresas, que precisam contratar pessoas com deficiência, mas nem sempre estas pessoas estão capacitadas. Por isso, o curso foi criado. Inicialmente vamos ministrar aulas de informática básica”, disse.

Na escola, onde todo o prédio e o próprio laboratório são equipados e adaptados para receber deficientes, os teclados dos computadores em que as aulas serão ministradas também são diferenciados. O teclado tem dígitos em braile e emite sinais sonoros para que o deficiente possa saber o que está sendo operado no momento. Além disso, a impressora também imprime em braile.

“Os programas também são específicos, então podemos fazer e operar todos os programas que as pessoas que enxergam podem. O equipamento lê tudo que está na área de trabalho, no e-mail, enfim, nos ajuda bastante, sem falar que põem ser instalados em casa também”, destacou o estudante Adan Brandão Papini, que é deficiente visual.

Serviço – As inscrições para as turmas estão abertas e podem ser feitas na sede da escola, localizada a Rua Maria Benedita, 75, Centro. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (35) 3219-5150.

Fonte: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2013/08/laboratorio-quer-aproximar-deficientes-visuais-da-tecnologia.html

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