terça-feira, 15 de março de 2011

SÍNDROME DE MUNCHAUSEN

14/03/2011 – 18h32

Internet favorece invenções de portadores de distúrbio 

A internet favorece os portadores da síndrome de Münchhausen, segundo Marc Feldman, professor de psiquiatria na Universidade do Alabama e responsável por cunhar o termo "Münchausen pela internet".

Pacientes com síndrome inventam doenças para receber cuidados

"Com a rede é possível atingir até milhares de pessoas, enquanto que na forma tradicional da síndrome são poucos os ludibriados", disse à Folha, por e-mail.

Feldman, que escreveu o livro sobre o transtorno "Playing Sick" (não traduzido), afirma que o anonimato na rede seduz o paciente.

"Se a mentira for descoberta, a pessoa pode rapidamente se 'deslogar' e continuar em outra comunidade virtual, com uma nova história sobre alguma doença."

O psiquiatra afirma que os portadores têm à disposição diversos grupos online como fóruns de saúde e redes sociais nos quais encontram o tempo e a atenção desejados.

Para o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do programa de dependentes de internet do Instituto de Psiquiatria do HC, a rede social Orkut pode ser um terreno fértil para essas pessoas.

"Dá para garantir o anonimato e exagerar os sintomas, despertando a piedade."

A internet ajuda o portador a mentir também fora do ambiente virtual.

"Com a internet fica fácil descobrir sintomas e enganar o médico", diz a psiquiatra Ana Gabriela Hounie.

A síndrome

A síndrome de Munchausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem.

A síndrome de Munchausen "by proxi" (por procuração) ocorre quando um parente, quase sempre a mãe (85 a 95%), de forma persistentemente ou intermitentemente produz (fabrica, simula, inventa), de forma intencional, sintomas em seu filho, fazendo que este seja considerado doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-a em risco e numa situação que requeira investigação e tratamento.

Às vezes existe por parte da mãe o objetivo de obter alguma vantagem para ela, por exemplo, conseguir atenção do marido para ela e a criança ou se afastar de uma casa conturbada pela violência. Nas formas clássicas, entretanto, a atitude de simular/produzir a doença não tem nenhum objetivo lógico, parecendo ser uma necessidade intrínseca ou compulsiva de assumir o papel de doente (no by self) ou da pessoa que cuida de um doente (by proxy). O comportamento é considerado como compulsivos, no sentido de que a pessoa é incapaz de abster-se desse comportamento mesmo quando conhecedora ou advertida de seus riscos. Apesar de compulsivos os atos são voluntários, conscientes, intencionais e premeditados. O comportamento que é voluntário seria utilizado para se conseguir um objetivo que é involuntário e compulsivo. A doença é considerada uma grave perturbação da personalidade, de tratamento difícil e prognóstico reservado. Estes atos são descritos nos tratados de psiquiatria como distúrbios factícios.

A síndrome de Münchausen por procuração é uma forma de abuso infantil. Além da forma clássica em que uma ou mais doenças são simuladas, existem duas outras formas de Munchausen: as formas toxicológicas e as por asfixia em que o filho é repetidamente intoxicado com alguma substância (medicamentos, plantas etc) ou asfixiado até quase a morte.

Frequentemente, quando o caso é diagnosticado ou suspeitado, descobre-se que havia uma história com anos de evolução e os eventos, apesar de grosseiros, não foram considerados quanto a possibilidade de abuso infantil. Quando existem outros filhos, em 42% dos casos um outro filho também já sofreu o abuso (McCLURE et al, 1996). É importante não confundir simulação (como a doença simulada para se obter afastamento do trabalho, aposentar-se por invalidez, receber um seguro ou não se engajar no serviço militar). Alguns adolescentes apresentam quadro de Munchausen by self muito similares aos apresentados por adultos.

A doença pode ser considerada uma forma de abuso infantil e pode haver superposição com outras formas de abuso infantil. À medida que a criança se torna maior há uma tendência de que ela passe a participar da fraude e a partir da adolescência se tornarem portadores da síndrome de Münchausen clássica típica em que os sintomas são inventados, simulados ou produzidos nela mesma. Ao contrário do abuso e violência clássica contra crianças as mães portadoras da síndrome de Münchausen by proxy não são violentas nem negligentes com os filhos.

O problema, descrito a primeira vez por Meadow em 1977, é pouco conhecido pelos médicos e sua abordagem é complexa e deve envolver o médico e enfermagem, especialistas na doença simulada, psiquiatras/psicólogos, assistentes sociais e, mais tarde, advogado e diretor clínico do hospital e profissionais de proteção da criança agredida (Conselhos Tutelares e juízes da infância).

Texto de: Reynaldo Gomes de Oliveira

Saiba mais: http://www.munchausen.com.br/asindrome.html

 

domingo, 13 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março

O diagnóstico, em geral, é feito pelo pediatra ou médico que recebe a criança logo após o parto.

No próximo dia 21, comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down. Estima-se que no Brasil existam 300 mil pessoas com Down, 30 mil em São Paulo. A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, atenta ao assunto, lançou o Programa Complementar de Imunizações para Pessoas com Síndrome de Down. Iniciativa inédita do Governo do Estado, o programa inclui pessoas com a síndrome no calendário especial de vacinação do Crie - Centro Regulador de Imunizações Especiais.  O Crie vacina pessoas com baixa imunológica sistemática - portadores de imunodeficiências em geral, anemia falciforme, câncer e AIDS - contra catapora, viroses causadoras de pneumonias, otites, sinusites, meningite, osteomielite e hepatites A e B.

As doenças infecciosas são a segunda maior causa de óbito entre a população de brasileiros com Down, pois 90% deles apresentam baixa imunidade. Com a vacina, o índice de morbidade e mortalidade a partir dessas doenças teria redução superior a 80%.
Síndrome de Down:

A Síndrome de Down foi descrita em 1866 por John Langdon Down. Este médico inglês descreveu as características da Síndrome, que acabou sendo batizada com o seu nome. Popularmente é conhecida como mongolismo. Hoje sabemos que esta denominação é inadequada, devido à conotação preconceituosa que a cerca. Campanhas têm sido realizadas para a divulgação do nome Síndrome de Down ou Trossomia do 21. Em 1959, Jerôme Lejeune descobriu que a causa da Síndrome de Down era genética, pois até então a literatura relatava apenas as características que indicavam a Síndrome.

É impossível diagnosticar a Síndrome de Down logo ao nascimento. O diagnóstico, em geral, é feito pelo pediatra ou médico que recebe a criança logo após o parto, considerando as características fenotípicas peculiares à Síndrome. A confirmação é dada pelo exame do cariótipo (análise citogenética).
As características são: chatamento da parte de trás da cabeça, inclinação das fendas palpebrais, pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos, língua proeminente, ponte nasal achatada, orelhas ligeiramente menores, boca pequena, tônus muscular diminuído, ligamentos soltos, mãos e pés pequenos, pele na nuca em excesso.

A probabilidade de um indivíduo ter Síndrome de Down é de 1.600 nascidos vivos. O nascimento de uma criança com Síndrome de Down é mais frequente conforme aumenta a idade materna. Porém, qualquer pessoa está sujeita a ter um filho com esta Síndrome que ocorre ao acaso, sem distinção de raça ou sexo.

Entenda:
A Síndrome de Down é um acidente genético, que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Na célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. O indivíduo com Síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21. Esta alteração genética pode ser apresentar de 3 formas:

Trissomia 21 padrão
- Cariótipo: 47XX ou 47XY (+21)
- Indivíduo apresenta 47 cromossomos em todas as duas células, tendo no par 21 três cromossomos. Ocorre em aproximadamente 95% dos casos.

Trissomia por translocação

- Cariótipo: 46XX (t 14;21) ou 46XY (t 14;21)
- O indivíduo apresenta 46 cromossomos e o cromossomo 21 extra está aderido a um outro par, em geral o 14. Ocorre em aproximadamente 3% dos casos.

Mosaico
- Cariótipo: 46XX/47XX ou 46XY/47XY (+21)
- O indivíduo apresenta uma mistura de células normais (46 cromossomos) e células trissômicas (47 cromossomos). Ocorre em aproximadamente 2% dos casos.

Fonte:

http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=242&c=31

http://www.fsdown.org.br/site/pasta_116_0__o-que-e-sindrome-de-down-.html

TRANSPORTE GRATUITO

Deficiente auditivo tem direito ao transporte gratuito

Relator do processo considerou que a não concessão do benefício contribuiria para agravar ainda mais o quadro patológico do enfermo

O juiz convocado José Cícero Alves da Silva, integrante da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), determinou que o Município de Maceió forneça o cartão de passageiro especial a Luciano Silva de Aquino, deficiente auditivo. O relator do processo considerou que a não concessão do benefício garantindo gratuidade no transporte coletivo contribuiria para agravar ainda mais o quadro patológico do enfermo, uma vez que o mesmo necessita do transporte público para conseguir realizar o tratamento médico.

“Sabe-se que a realização dos direitos sociais depende, em grande medida, de vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado. Porém, não se mostra razoável ao Poder Público, em tal hipótese, criar obstáculo que revele - a partir de indevida manipulação de sua atividade financeira e/ou político-administrativa - o censurável propósito de frustrar e de inviabilizar a preservação da saúde dos cidadãos, sem oferecer-lhes condições materiais mínimas de sobrevivência”, argumentou.

Luciano da Silva Aquino é deficiente auditivo e precisa se deslocar diariamente para ser submetido a tratamento médico. Pleiteou junto à Justiça o fornecimento do cartão de passageiro especial ou outro meio que possibilite o acesso ao tratamento a que vem sendo submetido, uma vez que não possui condições financeiras de arcar com o transporte.

Ao entender que tal patologia não se enquadrava na Lei Municipal Nº4.635/97 que garante gratuidade do transporte público para deficientes físicos, o magistrado de primeiro grau negou o pedido. Inconformado, Luciano Aquino entrou com recurso. A decisão foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico (DJE) desta quinta-feira (10).

Fonte: Gazeta Web

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