quarta-feira, 23 de junho de 2010

UNILEHU – UNIVERSIDADE LIVRE PARA EFICIÊNCIA HUMANA

Recebo muitas informações por e-mail de oportunidades de trabalho e notícias relacionadas ao conteúdo do blog, e recentemente postei uma informação errada, na verdade desatualizada era referente a um projeto de 2009, e corri para deletar a postagem. Isso me fez criar o hábito de averiguar a informação antes de posta-la.

Agora mesmo verificando uma informação me deparei com o site da UNILEHU, e fiquei muito contente! É uma universidade que surgiu de uma organização não governamental voltada para a inclusão de pessoas com deficiência. Tem sede no estado do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

O site é bem estruturado e de fácil navegação, oferece cursos e treinamentos gratuitos, cadastro de currículos, cadastro de vagas, prestação de serviços e desenvolve alguns projetos.

Convido todos a olhar o site: http://www.unilehu.org.br

UNILEHU - Universidade Livre para a Eficiência Humana Rua Visconde do Rio Branco, 888 - Mercês | Curitiba-PR | CEP: 80410-001
Telefone: (41) 3333- 6921 e (41) 3333-6464

DEFICIÊNCIA

ENCONTRO ONLINE PARA CUIDADORES DE PACIENTES COM ALZHEIMER

Encontro on-line oferece apoio a cuidadores de pacientes com Alzheimer

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) está promovendo encontros na web com o objetivo de oferecer apoio aos cuidadores de pacientes com a doença de Alzheimer.

Após o primeiro, em abril, o segundo encontro acontece na próxima segunda-feira (28) com o tema "tratamento da doença de Alzheimer" e participação do professor de gerontologia da PUC-SP e membro da Abraz, Paulo Canineu.

Além do médico, especialistas abordarão diferentes formas de tratamento que beneficiam o cotidiano do paciente e do cuidador, e ainda ajudam a minimizar os prejuízos decorrentes da doença.

Os participantes também serão orientados sobre técnicas práticas, como colocar desenhos e etiquetas nos armários acessíveis ao idoso que represente seu conteúdo; escolher mesas com ângulos arredondados para evitar acidentes; não deixar os fios de telefone e computador na área de deslocamento; e utilizar a cama somente para o sono noturno.

Para participar do evento, basta acessar o site www.cuidadoresnaweb.com.br e se cadastrar.

SERVIÇO
Data: 28/06/2010
Horário: 21h
Portal:
www.cuidadoresnaweb.com.br

segunda-feira, 21 de junho de 2010

DECISÃO INÉDITA DA JUSTIÇA

19/06/2010-07h10

Homem contrai dívidas para estudar doença do filho, mas Justiça evita despejo em Curitiba

JULIANNA GRANJEIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma decisão inédita da Justiça reverteu verba do fundo pecuniário --dinheiro recolhido de condenações judiciais-- para quitar a casa de um pai que abandonou o emprego para pesquisar a doença rara e incurável do filho. Ele seria despejado por falta de pagamento.

A história --que lembra a do filme "Óleo de Lorenzo" (George Miller, 1982)-- aconteceu em Curitiba (PR). O engenheiro mecânico Adolfo Celso Guidi, 52, deixou o cargo de gerente de uma concessionária em 2000, ao descobrir que o filho Vitor Giovani Thomaz Guidi, à época com dez anos, tinha gangliosidose GN1 tipo 2.

"A doença começou a se manifestar quando ele tinha quatro anos. Nenhum médico no Brasil conseguiu fazer o diagnóstico. Larguei tudo e fiquei uma semana em Buenos Aires com minha família, onde diagnosticaram a Gangliosidose. Quando eu retornei para o Brasil, um médico me disse que não tinha o que fazer", afirmou Guidi à Folha.

Divulgação/Justiça Federal de Curitiba

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Vitor e o pai Adolfo Guidi (dir.), em audiência de conciliação com o banco em Curitiba (PR)

O engenheiro, inconformado com a resposta, começou a estudar a doença na biblioteca da faculdade de medicina da UFPR (Universidade Federal do Paraná). "A gangliosidose impede a reprodução de neurônios, que degeneram. Por meio de um processo homeopático, que funciona como um antídoto de veneno de cobra, a gente fornece essa enzima e o organismo trabalha", explicou o pai, que encontrou a fórmula de um medicamento para o filho em 2001.

Para alcançar esse resultado, Guidi diz que gastou, na época, cerca de US$ 80 mil dólares (cerca de R$ 149 mil atualmente) e deixou de pagar as prestações de sua casa. "Tudo saiu do meu bolso, não pude mais pagar nada e minha casa foi a leilão", afirmou.

O processo da Caixa Econômica Federal, financiadora da casa, contra Guidi teve início na Justiça no dia 30 de março de 2001. Depois de vários recursos, o caso caiu nas mãos --abençoadas, segundo o pai-- da juíza federal Anne Karina Costa, 39, da Vara do Sistema Financeiro de Habitação de Curitiba (PR).

"O caso já estava tramitando em julgado e íamos fazer a liquidação, de acordo com a decisão judicial. Caso ele não pagasse o valor acordado, ele teria que sair do imóvel. Então, durante uma audiência de conciliação, após a representante da Caixa propor um acordo, ele disse que queria explicar o motivo de não ter pago a dívida e contou a história do filho dele. Falei para juntar toda a documentação e iniciar uma campanha para arrecadar dinheiro", afirmou a juíza.

O banco reduziu a dívida de Guidi de R$ 119.500 para R$ 48.500. Mesmo assim, ele não tinha possibilidade de pagar. "A única renda que eu tenho, vem do trabalho que faço quando dá tempo, na oficina mecânica que eu montei na minha casa", disse o engenheiro.

Mãe de três filhos, sensibilizada com a história de Guidi, Anne --que já foi juíza da Vara Criminal-- lembrou do fundo que a Justiça mantém com as penas pecuniárias. "Fiz uma solicitação para a juíza da 1ª Vara Criminal, Sandra Regina Soares, que é responsável pelo fundo, e para o Ministério Público Federal. O dinheiro arrecadado com as penas vão para entidades assistenciais, eu tive a ideia de inscrever Guidi como um projeto", afirmou a juíza.

Decisão inédita

Em uma decisão, que pelo conhecimento de Anne é inédita no Brasil, o Ministério Público e a Vara Criminal autorizaram que o fundo fosse utilizado para o pagamento da dívida de Guidi com a Caixa. A audiência final foi no dia 13 de novembro de 2009. "O que eu fiz foi algo que estava dentro da minha possibilidade. Eu me coloquei no lugar dele e ele optou pelo filho. Não teria como exigir dele outra atitude. Além disso, se retirássemos a casa, acabaríamos também com a única fonte de renda dele", disse a juíza.

Maria Teresa Maffia, 51, conciliadora da Caixa que atuou no caso, também diz que nunca ouviu falar de uma decisão como essa. "A Caixa é uma instituição financeira e nós fizemos tudo o que poderia ser feito, de acordo com o contrato dele. Na última audiência, todos nós ficamos muito emocionados. Nós não sabíamos dessa possibilidade de encaminhar o caso de uma pessoa física como um projeto", disse.

A juíza diz esperar que a decisão se repita e sensibilize as instituições financeiras. "Foi uma decisão judicial que abre precedentes para outros casos. Espero que as instituições, um dia, possam perdoar a dívida em casos excepcionais como esse".

Guidi cuida do filho sozinho, há três anos ele se separou da mulher. "Ela ficou mais doente que meu filho e eu não percebi. Até hoje ela não saiu da depressão. Se eu pudesse voltar atrás, teria agido de outra forma, mas, na época minha decisão era salvar a vida do meu filho e eu tinha muito trabalho", afirmou Guidi.

Hoje, o engenheiro auxilia duas outras crianças que têm a mesma doença do Vitor, 21. "Com a enzima produzida na farmácia de manipulação e com a alimentação que eu pesquisei e preparo para meu filho todos os dias, ele está muito melhor. Ele não tem mais dificuldades de engolir e a musculatura não é mais contraída como antes".

Vitor só caminha com auxílio, por isso usa uma cadeira de rodas. Ele frequenta a escola de educação especial 29 de Março, onde Guidi é tesoureiro e voluntário.

Para Guidi, sua história é uma "grande obra de Deus". "Eu sempre soube que não ia perder minha casa. Foi Deus quem colocou a juíza Anne e a Teresa da Caixa na minha vida. Se eu fosse para a rua, ninguém cuidaria do meu filho".

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