sábado, 11 de junho de 2011

CAPACITAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIAS

Curso gratuito capacita pessoas com deficiência física ou auditiva

O curso é direcionado às pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida, e deficientes auditivos, que tenham concluído o ensino fundamental.

Estão abertas até o dia 15 de junho as inscrições para o Curso de Capacitação para inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O curso é gratuito e direcionado às pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida, e deficientes auditivos, que tenham concluído o ensino fundamental.

A iniciativa tem por objetivo oferecer qualificação profissional adequada, de modo a promover a inclusão desses profissionais no mercado de trabalho em geral e - em particular - no segmento de transporte de passageiros. O curso é composto por sete módulos, distribuídos em oito dias, com carga horária de cinco e seis horas por módulo. Entre os temas abordados estão: atendimento ao cliente, educação financeira, redação empresarial, qualidade de vida no trabalho, inclusão digital, comunicação, operação e funcionamento de empresas que atuam no transporte rodoviário de passageiros.

Ao final, os participantes receberão certificados de participação e terão os seus currículos divulgados no mercado de trabalho. Há, ainda, a possibilidade de contratação dos profissionais pelas empresas participantes do projeto.

Iniciativa
O curso será promovido pelo SETPESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de São Paulo em parceria com o STERIIISP- Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Ônibus Rodoviários Internacionais, Interestaduais, Intermunicipais e setor diferenciado de São Paulo, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Poá e Itaquaquecetuba, sob a orientação do Instituto Cultural de Integração, Desenvolvimento e Cidadania – Grupo O Resgate. As aulas, que têm inicio em 27 de junho e término em 5 de julho de 2011, serão realizadas no Instituto Resgate , que fica na Rua da Abolição, 117 – Bela Vista – São Paulo ( próximo a Câmara Municipal de São Paulo).

As matrículas são gratuitas e devem ser feitas até o dia 15 de junho pelos seguintes e-mails:
elaine.nakashima@viacaocometa.com.br
rhselecao@translitoral.com.br
lmoliveira@reunidaspaulista.com.br
noliveira@passaromarron.com.br

Fonte: Deficiente Alerta

FILMES ADAPTADOS PARA DEFICIENTES VISUAIS

TV Brasil passará a exibir filmes brasileiros com texto adaptado para deficientes visuais

11/06/2011 – 11h09

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil

Logo da TV BrasilBrasília - A TV Brasil escolheu o cinema nacional para dar início à sua programação adaptada para deficientes visuais. A medida visa a atender à portaria do Ministério das Comunicações que estabelece que as emissoras de TV já licenciadas para transmitir com o sinal digital deverão, a partir de 1º de julho, exibir ao menos duas horas semanais de programas com o recurso da audiodescrição.

Esta, porém, não é a primeira experiência da emissora pública vinculada à Empresa Brasil de Comunicação(EBC) com a tecnologia. Segundo o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Moisés Bauer Luiz, a TV Brasil foi o primeiro canal do país a colocar no ar um programa audiodescrito, o Programa Especial, (http://www.programaespecial.com.br/) dedicado à inclusão social de deficientes físicos e exibido às sextas-feiras, às 19h30, e aos sábados, às 15h. De acordo com a empresa (à qual pertence também a Agência Brasil), o programa está no ar desde 2007.

Segundo o diretor de Produção e superintendente de Programação da TV Brasil, Rogério Brandão, a opção pelos filmes exibidos às sextas-feiras e aos sábados à noite, no Programa de Cinema, é estratégica.Imagem do site do Programa Especial

“Consideramos o cinema como o programa mais pertinente para iniciarmos a audiodescrição. Oferecendo às pessoas com alguma deficiência a oportunidade de acompanhar e compreender um filme nacional, nós possibilitamos que elas conheçam a produção cultural de seu próprio país e, assim, entendam melhor nossa história”, disse Brandão à Agência Brasil.

Com a adaptação dos filmes, ele afirma que a emissora não só vai dar conta de cumprir o que determina a portaria ministerial, como transmitirá, em média, uma hora a mais que o mínimo inicial estipulado, podendo chegar, neste primeiro momento, a pelo menos três horas de programação semanal.

A exemplo do que, segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), as companhias privadas vêm fazendo, a TV Brasil também repassará a terceiros a adaptação do texto, que deverá ser disponibilizado por meio da função SAP (do inglês Programa Secundário de Áudio).

Fonte: Agência Brasil

NOVO CAMPO PROFISSIONAL - AUDIODESCRIÇÃO

Audiodescrição abre novo campo profissional

Sábado, 11/06/2011 - 11:41

Brasília - O estudante do curso  de Letras da Universidade de Brasília (UnB) Tomás Verdi Pereira tinha 11 anos quando foi pela primeira vez a um cinema. Cego de nascença, ele diz que até conhecer, nos Estados Unidos, a audiodescrição, não tinha vontade de acompanhar sequer os programas exibidos na televisão brasileira, mesmo que seus pais se esforçassem para ajudá-lo a compreender o que se passava na tela.

"Muito raramente eu via um desenho com os meus pais. Eles iam me falando tudo o que acontecia, mas, lógicamente, faziam isso sem qualquer modelo", comentou. Hoje com 19 anos, Pereira faz parte do grupo de estudos sobre audiodescrição da UnB, no qual atua como uma espécie de assessor, acompanhando a adaptação de filmes para as pessoas com alguma deficiência visual.

"As obras adaptadas não só me estimulam a assistir a um filme como me ajudam a compreender melhor o conteúdo. Sem a audiodescrição faltam informações para que os deficientes visuais possam entender o que está acontecendo", explicou Tomás. Para ele, que ainda não sabe se fará da experiência acadêmica sua profissão, a audiodescrição é um campo promissor.

Embora a atividade ainda não tenha sido regulamentada, especialistas responsáveis pela formação dos primeiros profissionais também demonstram otimismo. Para eles, a procura por mão de obra qualificada crescerá com a obrigatoriedade de as emissoras de TV digital passarem a apresentar ao menos duas horas semanais de produções adaptadas para o público com alguma deficiência visual ou intelectual.

De acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Livia Maria Motta, a atividade tem atraído interessados com as mais diversas formações profissionais, mas principalmente os estudantes de letras e de comunicação social. Autora do primeiro livro brasileiro sobre o tema (disponível gratuitamente no site www.vercompalavras.com.br), Livia garante que já há no país o necessário número de audiodescritores para atender as necessidades iniciais das emissoras de TV.

"Mas esta é uma uma nova área profissional e sabemos que, a partir do momento em que a transmissão televisiva [audiodescrita] entrar em vigor, a demanda pelos profissionais aumentará bastante", comentou a professora. "E este é um serviço minucioso que exige muita preparação. Não basta assistir a um programa uma única vez e sair inserindo a audiodescrição. O serviço exige um mergulho no tema”.

A professora e cordenadora do grupo de estudos sobre audiodescrição da UnB, Soraia Ferreira, destaca que o país, além de formar mão de obra especializada, tem avançado na pesquisa. A universidade deve abrir um curso de extensão em audiodescrição no próximo semestre.

Conforme a Agência Brasil apurou com audiodescritores e especialistas, o trabalho de adaptação de um filme normalmente é feito por uma equipe de quatro pessoas, sendo uma delas um deficiente visual. Os valores recebido pelo trabalho variam muito, mas são pagos entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por um serviço que exija 40 horas de dedicação.

Para Tomás Verdi Pereira, quem se dispõe a trabalhar como audiodescritor deve ser, antes de tudo, um observador atento. E saber o que de fato é relevante para que um cego compreenda uma história. Segundo o estudante, a descrição nem pode ser tão detalhista que se torne enfadonha, nem tão suscinta que não permita a visualização do que acontece, silenciosamente, na tela.

Fonte: Jornal da Mídia

PROGRAMAS DE TV ADAPTADOS PARA DEFICIENTES VISUAIS

Hoje às 10h57 - Atualizada hoje às 11h02

Emissoras de TV terão que exibir programas adaptados para deficientes visuais

Alex Rodrigues

Brasília - O filme começa e na tela da tv ou do cinema surge a imagem de um casal entrando de mãos dadas e em silêncio em um hotel. Embora fundamental para a compreensão da história, a cena não pode ser acompanhada por milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência visual porque não contém qualquer diálogo ou descrição sonora.

Para suprir essa lacuna que impede que parte da população acompanhe e entenda perfeitamente um filme, telenovela e quase todos os programas televisivos, as emissoras de TV já licenciadas para transmitir com o sinal digital terão que passar a apresentar pelo menos duas horas semanais de produções adaptadas para o público com alguma deficiência visual ou intelectual.

A obrigatoriedade entra em vigor no próximo dia 1º de julho, em cumprimento a uma portaria publicada pelo Ministério das Comunicações em 2006, estabelecendo que as empresas geradoras (as chamadas cabeças de rede) terão que veicular o mínimo exigido de programas com o recurso da audiodescrição. O prazo para que as emissoras se adaptem e cumpram a determinação já foi prorrogado duas vezes pelo próprio ministério, que, desta vez, garante que não haverá novos adiamentos.

A narração descrevendo os sons, elementos visuais e quaisquer informações necessárias para que um deficiente visual consiga compreender o que se passa na tela terá que estar disponível por meio da função SAP (do inglês Programa Secundário de Áudio). Além da audiodescrição, programas transmitidos em outros idiomas, como filmes estrangeiros, terão que ser integralmente adaptados, com a dublagem das conversas ou da voz do narrador. As legendas ocultas, que já são usadas para permitir que deficientes auditivos acompanhem os programas, continuarão sendo obrigatórias.

Logotipo do site Ver com PalavrasSegundo a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Lívia Maria Motta, uma das organizadoras do primeiro livro brasileiro sobre o tema (Audiodescrição: Transformando Imagens em Palavras, disponível gratuitamente no site www.vercompalavras.com.br, o recurso, que já é comum em vários países, vai garantir que uma parcela significativa da população compreenda integralmente um programa de TV. Além disso, a técnica também já vem sendo utilizada em espetáculos teatrais, cinemas, óperas, exposições e em eventos esportivos como as duas últimas Copas do Mundo de Futebol. No Brasil, um bom exemplo é o festival bienal de filmes sobre deficiência Assim Vivemos, que, desde 2003, só exibe produções que contem com o recurso adicional.

Após dois adiamentos do prazo para o início das transmissões, a diretora do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do ministério, Patrícia Brito de Ávila, garante que a data-limite será cumprida. Ainda assim, ela admite que, no primeiro momento, nem toda a população será beneficiada pela medida, já que o sinal digital ainda não está disponível em todas as cidades brasileiras.

“Infelizmente, as emissoras têm prazo até 2016 para migrar para a tecnologia digital. Então, por enquanto, só vai ser atendido quem já recebe em sua cidade o sinal de TV digital", afirmou Patrícia à Agência Brasil, alegando que foi justamente a falta de condições tecnológicas por parte das emissoras que levou o ministério a prorrogar os prazos anteriores.

Pela portaria atualmente em vigor, o prazo de 12 meses para que as empresas ainda não licenciadas para transmitir com tecnologia digital passem a apresentar os programas adaptados só começa a ser contado a partir da expedição da nova licença de transmissão.

“Temos uma demanda grande das associações que representam pessoas com deficiência para que os prazos sejam cumpridos”, justificou-se Patrícia, “mas o ministério, como regulador, tem que conciliar a demanda dessas organizações que pedem que a exigência mínima [do tempo de programas adaptados] seja ampliada e os prazos cumpridos, com a das associações de rádio e TV que queriam negociar prazos maiores para que tivessem meios de cumprir a portaria”.

Diante da pressão das emissoras, a Portaria Ministerial n° 188, de março de 2010, não apenas estendeu os prazos anterirmente fixados na Portaria n° 310, de junho de 2006, como reduziu a carga mínima de programas audiodescritos que as tevês terão que apresentar. Pelo texto de 2006, a esta altura, os programas audiodescritos deveriam totalizar oito horas diárias, em vez das duas horas semanais estipuladas na última portaria. Somente depois de dois anos, a carga horária será ampliada para quatro horas semanais.

Segundo o diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Rodolfo Machado Moura, apesar de ainda terem muitas dúvidas sobre o recurso, as empresas de TV vão cumprir o prazo inicial. O problema, para ele, serão as próximas etapas, já que a meta do governo é que, em dez anos, todas as emissoras geradoras e retransmissoras de radiodifusão em sinal digital do Brasil exibam, no mínimo, 20 horas semanais de programas audiodescritos.

“Estamos trabalhando para cumprir o que a legislação determina. Agora, me parece que a portaria ministerial de 2006 foi produzida muito de supetão, sem o devido diálogo e sem os devidos esclarecimentos, pois não é possível, por exemplo, fazer isso [audiodescrição] com alguns tipos de programas”, comentou Moura.

O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Moisés Bauer Luiz, que também preside a Organização Nacional de Cegos do Brasil, assegura que a portaria também não satisfez os movimentos sociais, tendo ficado aquém das expectativas de quem lutava pela aprovação da obrigatoriedade.

“A carga de programação a ser audiodescrita é muito pequena. Não estamos satisfeitos e queremos aumentá-la, mas isso ficará para outro momento. É um absurdo, mas cinco anos após a publicação da portaria original, vamos considerar uma vitória garantir a transmissão de ao menos duas horas semanais", disse Luiz.

Fonte: Jornal do Brasil

sexta-feira, 10 de junho de 2011

CAMINHADA DA ACESSIBILIDADE EM TERESINA (11/06/11)

Caminhada da Acessibilidade acontece neste sábado (11/06)

O evento reunirá cerca de 2 mil pessoas, entidades organizadas pela causa da pessoa com deficiência

0A V Caminhada da Acessibilidade acontecerá neste sábado (11) às 7h30 com saída da Avenida Frei Serafim, no cruzamento da Rua Coelho de Resende (em frente ao Supermercado Bom Preço) marcará o fim das comemorações pela semana da acessibilidade.

O evento reunirá cerca de 2 mil pessoas, entidades organizadas pela causa da pessoa com deficiência, Governador do Estado, Wilson Martins, Prefeito de Teresina, Elmano Férrer ,Secretario Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência, Hélder Jacobina, Deputado Federal, Assis Carvalho, Deputadas Estaduais, Rejane Dias e Flora Isabel. O percurso da caminhada será feito nas principais ruas do centro de Teresina até a Praça Rio Branco.

Todas as entidades que lutam pelos direitos da pessoa com deficiência estarão presentes no evento, para juntos firmarem parcerias pela causa. O presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Teresina (ADEFT), Alexandre Almeida relata que a caminhada tenta repassar a sociedade e aos nossos gestores a importância de trabalhar uma verdadeira acessibilidade, pois não é só uma rampa nas ruas que contribui para o público da pessoa com deficiência, é necessário o intérprete de libras, pisos antiderrapantes, maior largura de portas e corredores e outras adaptações.

“As festividades pela semana da Pessoa com deficiência conseguiram muitos adeptos, a sociedade, os deputados federais e estaduais, governador, prefeito, senadores, muitas pessoas nos apoiaram, agora o mais importante será realizar efetivamente trabalhos na área da pessoa com deficiência. Nós como entidades, sentimos as limitações do nosso público, é importante estar mais próximo do deficiente e conhecer as reais necessidades”, afirma Alexandre Almeida.

Para finalizar as festividades, a premiação da Paraolimpíada acontecerá ao final da V Caminhada pela acessibilidade, na Praça Rio Branco. Os atletas serão homenageados e em seguida receberão suas medalhas e troféus pela participação na Paraolimpíada. Todos os participantes serão homenageados de alguma forma, ninguém sairá sem ter o devido reconhecimento pela superação que enfrenta todos os dias, enfatiza os coordenadores técnicos da I Paraolimpíada Edson Araújo e Claude Girão.

A Paraolimpíada Estadual foi um sucesso, afirma o Secretário da SEID, Hélder Jacobina, “nossas metas foram superados, o sucesso do evento estava estampado no rosto dos paratletas, a paraolimpíada deixa sua marca, pois deixou claro que os paratletas piauienses têm garra e empenho para competir em qualquer competição”, conclui Jacobina.

DEFICIENTE VISUAL DE CATANDUVA RECEBE CÃO GUIA

10/06/2011 19:24

A caixa de Pandora de Camilla

Deficiente visual de Catanduva é a primeira pessoa a receber cão guia como doação de ONG no estado

Gabriella Moura 
Agência BOM DIA

Foto: Augusto Pires/Agência BOM DIA
Estudante do quinto ano de psicologia, 27 anos de idade, olhos claros, tem namorado, amigos e família. Tudo dentro da rotina normal de um
universitário. Mas, o que torna Camilla Corrêa Fernandes especial é o fato de ela fazer todas suas atividades enfrentando a deficiência visual. Aos 20 anos, em razão de um estado avançado de diabetes, ela perdeu a visão. “Tive de parar o curso de engenharia química em Ribeirão Preto, estava no terceiro ano”.

Desde que ficou com deficiência visual, readaptação é a palavra que a jovem mais vive atualmente. E mais uma vez Camilla irá se readaptar em seu cotidiano. Ela é a primeira pessoa a receber a doação de um cão-guia no estado.

Camila brinca com Pandora, cadela que será guia da estudante
daqui para frente

Com o cão, uma fêmea da raça labrador, será a primeira vez que ela sairá sozinha pelas ruas. Camilla só anda acompanhada de familiares, amigos ou o namorado, mas, tem de contar com a disposição de tempo de cada um. “Minha mãe, meu irmão e meu namorado trabalham e nem sempre posso contar com meus amigos”, diz. "Quero muito essa liberdade".

A única vez que a jovem saiu de casa sozinha foi com uma bengala, tradicional no uso para cegos. “Eu quis sair sozinha para dar uma volta. Estava chovendo. Quando percebi, minha avó estava atrás de mim para me proteger. Não uso bengala porque tenho medo. Com o cachorro me acompanhando isso vai melhorar”.

O labrador vai acompanhar a estudante em todos os estabelecimentos e lugares de Catanduva. O coordenador de inclusão social, Francisco Rodrigues Neto, que tinha Camilla no projeto Incorporando as Diferenças, já preparou psicologicamente a estudante. “O cão será novidade na cidade e muitas pessoas irão comentar. Já falei pra ela para não ficar chateada, caso algum estabelecimento não aceite a entrada dela com o animal. Até a população se acostumar vai levar um tempo”, fala.

O coordenador diz que ficou sabendo do cão através de um e-mail do comandante Helio Montane Carlos da Guarda Civil Municipal sobre a doação. "Entrei em contato com a ONG Vida de Bicho, em São Paulo, e o pessoal de lá achou fascinante a história dela".

Com o intesse pelo caso de Camilla, apresentado por Neto, foi a hora de a ONG entrar na história. “A Camilla sempre teve muita vontade de ter um cão-guia e a mãe dela era empenhada em achar um”, diz Neto. O coordenador teve de entrar em negociação com Dantas para receber a cachorra e atender os requisitos necessários. Um dos fatores para a vinda é a contratação de um adestrador. 

Nervosa, a estudante conta que está preparada para viver com o auxilio da cachorra. “Pretendo colocar o nome dela de Pandora”. O nome tem um significado especial para Camilla. “De acordo com a história, quando você abre a caixa de Pandora, todos os sentimentos negativos pulam e o último e único bom que sobra é a esperança. Para mim, ela será a minha esperança”.

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