quinta-feira, 13 de junho de 2013

Respeito ao diferente

Quinta feira, 13 de junho de 2013

A resistência de algumas escolas públicas em aceitar alunos portadores de deficiência, revela na verdade a grande dificuldade que muitos têm em olhar e aceitar o diferente. Isso é sempre um desafio para boa parte das pessoas, seja lá a diferença com que tenham que lidar, principalmente se isso diz respeito ao que entendem e aceitam como “normal”.

É sabido que há tempos atrás muitas famílias que tinham em seu meio pessoas deficientes, acabavam por torná-las reclusas, mais pelo fato da não aceitação dos outros – daqueles que consideram ‘normais’ – do que pela incapacidade de aprendizado e convivência dos deficientes, até porque sabe-se que eles não são incapacitados, têm apenas um ritmo diferente de aprendizado. Nessa época, alunos deficientes fora das escolas ditas ‘especiais’ era algo totalmente descartado; em escola pública, então, nem pensar. E nem todos podiam ter acesso às escolas especiais. Reflexo da dificuldade de se olhar e aceitar o diferente.

Hoje, o panorama é outro, mas a diferença está mais na forma como as famílias aprenderam a encarar e escancarar aquilo que muitas vezes era tratado como tabu. Elas aprenderam que os filhos deficientes são pessoas normais, apenas com algumas limitações. Pessoas que merecem respeito e que têm os mesmos direitos que qualquer cidadão. A sociedade também aprendeu a conviver com os que considera diferente, mas esse aprendizado ainda está apenas começando. Há muito por fazer. Exemplo disso é o despreparo e a falta de vontade de muitos diretores e professores de escolas públicas de promover a inclusão dos deficientes.

Causa revolta e tristeza essa situação, afinal os educadores deveriam ser os primeiros a batalhar por essa inclusão. É uma tarefa difícil, mas os resultados, com certeza, são compensadores. Optar pelo mais fácil, como muitas escolas estão fazendo ao não aceitar os deficientes, não demonstra somente despreparo, mas também preconceito em relação ao diferente.

Educar é antes de mais nada respeitar a individualidade de cada um, com todas as diferenças que possa ter. Talvez, esses diretores e professores que insistem na não inclusão dos deficientes, tenham que repensar os seus conceitos de educar, ou quem sabe trilhar caminho em outra profissão.

*TÂNIA NARA MELO é editora de Opinião do Diário

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=433441

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...