quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mãe deficiente mental e filha são escravizadas, em novo caso de terror nos EUA

Dois homens e uma mulher foram presos nesta terça-feira em Ohio, EUA, e serão processados por terem escravizado e mantido uma portadora de deficiência mental e sua filha reféns, anunciaram autoridades.

Após uma longa investigação, os três terminaram detidos por acusações de tráfico humano. As vítimas foram mantidas em cativeiro em uma casa em Ohio (norte).

A mãe deficiente conseguiu fugir em outubro de 2012, quando foi pega roubando um doce. Ela disse aos policiais que preferia ser presa a voltar para casa, porque seus companheiros eram "ruins" com ela, informou a promotoria.

Por dois anos, mãe e filha foram mantidas no porão, com cobras e pitbulls, alimentando-se apenas de enlatados, ou de restos de comida. A mãe era obrigada a fazer as tarefas domésticas e sofria maus-tratos.

Na casa, em Ashland, moravam outras duas mulheres, os quatro filhos de uma delas e um homem.

"Mais uma vez, nós nos vemos obrigados a admitir que a escravidão moderna existe", disse o promotor do distrito norte de Ohio, Steven Dettelbach.

"As vítimas nesse caso passaram por violência, ameaças, condições de vida subumanas e outros atos horrendos", afirmou.

A mulher, cuja identidade não foi divulgada, ouvia repetidas ameaças. Se não fizesse o que seus captores queriam, sua filha (hoje com cinco, ou seis anos) seria ferida, ou tirada dela.

Inicialmente, as duas foram obrigadas a dormir no chão, em um porão onde também vivia uma iguana. Ambas era repetidamente espancadas, ameaçadas com pitbulls e cobras e vigiadas por vídeo, por meio de uma babá eletrônica.

Em pelo menos três ocasiões, ela foi seriamente ferida para conseguir receita médica de analgésicos para Jordie Callahan, de 26, e Jessica Hunt, de 31, que moravam na mesma casa.

Jordie e Jessica também rasparam a cabeça da deficiente, no estilo moicano, e escreveram "slut", "whore" e outras palavras do gênero (vagabunda e prostituta, em português) em seu rosto e no peito, com um marcador permanente.

A menina só podia usar o banheiro depois que sua mãe terminasse a faxina na casa. Entre as tarefas domésticas, estava cuidar de cobras venenosas.

A mãe também era obrigada a entregar os cartões dos benefícios sociais oferecidos pelo governo e raramente recebia algum dinheiro, acrescentou a promotoria.

A vítima contou à polícia que era obrigada a esperar até as oito da noite para poder dar qualquer coisa para sua filha comer. Enquanto ambas eram proibidas de comer qualquer alimento que fosse fresco, a mãe era forçada a alimentar a iguana com frutas e vegetais.

Várias testemunhas confirmaram a história da mulher deficiente. Uma testemunha disse ter visto Jordie Callahan arrastar a mulher escada abaixo pelos cabelos e esfregar seu rosto nas fezes de um dos cachorros.

"As ruas estão muito mais seguras com essas pessoas presas", declarou o chefe de polícia de Ashland, David Marcelli.

Daniel Brown, de 33, também teria participado do abuso.

Esse caso de horror vem à tona um mês depois da descoberta de três jovens mantidas por mais de dez anos em cativeiro em Cleveland, período em que foram agredidas e violentadas sexualmente.

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