sábado, 4 de maio de 2013

Alunos com surdez têm intérpretes em salas de aula na região

01/05/2013 16h58 - Atualizado em 01/05/2013 20h11

 

Profissionais traduzem as explicações didáticas para a língua de libras.
Número de profissionais licenciados para essa função ainda é insuficiente.

Na região de Itapetininga (SP), estudantes com surdez acompanham as aulas juntamente com os alunos sem deficiência. Para isso, um profissional em libras, a língua dos sinais para deficientes auditivos, também participa das aulas com o aluno especial para traduzir as explicações do professor.

Um dos estudantes beneficiados nesse programa de inclusão, desenvolvido em escolas estaduais, é Giovani Almeida Carriel, de 14 anos.  A surdez não o fez alguém diferente. O silêncio também não é mais considerado uma barreira. Na sala de aula, o estudante da Escola Estadual Fernando Prestes está entre os mais empenhados e comunicativos. Somente nesta unidade de ensino são cinco alunos com surdez. Já na região, são 15 estudantes da rede pública estadual de ensino com acompanhamento de intérpretes.

Há dois anos, Carriel conta com a ajuda do interlocutor. Com isso, consegue entender melhor o conteúdo das matérias, facilitando o trabalho do professor que não se especializou.

De acordo com o professor de Ciências e Biologia, Elizeu Monteiro de Souza, que não é especialista em libras, a presença do interprete é fundamental, pois permite que o aluno com deficiência tenha o mesmo desenvolvimento nos estudos do que os outros colegas de classe. “O intérprete aproxima bastante o aluno especial e consegue transmitir o que eu não consigo”, diz.

Os estudantes que convivem com Giovani afirma que não existe preconceito, mas eles também acabam aprendendo mais com o jovem. “A gente aprende com ele e com o professor de libras”, diz Bruno Alves Cavalcante, de 13 anos.

O professor que acompanha Giovani é Adelson Paulino da Silva que é pós-graduado em libras. Segundo ele, o trabalho voltado para este tipo de deficiência é essencial na rotina do estudante surdo. “A língua portuguesa entra como a segunda língua para ele. A primeira língua é a libras e a segunda língua é a língua portuguesa. Então, tudo o que envolve a língua portuguesa é uma dificuldade para esses alunos. Eu procuro justamente fazer o meio de campo entre locução ou a tradução do português para a libras”, diz.

De acordo com a diretoria regional de ensino, esse tipo de apoio profissional em sala de aula só não é mais frequente na rede pública porque Ao lado do professor, intérprete repassa as explicações ao aluno com surdez. (Foto: Reprodução TV TEM)faltam profissionais especializados. Em nove municípios da região são 17 professores, sendo que 12 deles estão em Itapetininga. De acordo com a coordenadora do núcleo pedagógico de educação especial, Gisele Terezinha Ramos Pinto, para atender a demanda nas escolas, seria necessário mais pessoas com formação para atuar. “Nós temos na cidade muitas pessoas que sabem libra, dominam a libra, mas não têm a licenciatura, então estão faltando profissionais habilitados para estarem ocupando esse espaço”, afirma.

Para alunos como Giovani, o interesse de profissionais em trabalhar na área é a garantia de um futuro melhor. Por meio do professor, em libras ele afirma que o português é difícil e para escrever e aprender precisa de ajuda. “O professor me ajuda muito”, afirma o jovem.

Ao lado do professor, intérprete repassa as explicações ao aluno com surdez. (Foto: Reprodução TV TEM)

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2013/05/alunos-com-surdez-tem-interpretes-em-salas-de-aula-na-regiao.html

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