quarta-feira, 9 de abril de 2014

Paralíticos movem pernas pela 1ª vez após estímulo elétrico

Quatro paralíticos conseguiram mover suas pernas pela primeira vez após receber estímulos elétricos na coluna vertebral.

O experimento, realizado por médicos das universidades de Louisville e da Califórnia, nos Estados Unidos, possibilitou que os pacientes flexionassem, além das pernas, os dedos dos pés, tornozelos e joelhos.

No entanto, eles não foram capazes de andar sozinhos.

Os resultados do trabalho, divulgados na publicação científica "Brain", sugere que a eletricidade torna a coluna mais receptiva aos poucos impulsos que ainda chegam do cérebro à área lesionada.

Conheça as peças do projeto 'Andar de Novo'17 fotos

Exoesqueleto BRA-SANTOS DUMONT I, que será usado por um paraplégico para caminhar e dar o primeiro chute da Copa do Mundo de 2014, é mostrado pelo pesquisador Miguel Nicolelis. Segundo ele, o exoesqueleto já está pronto para uso e os voluntários já o vestem e estão se acostumando com ele Leia mais

Segundo os cientistas, a coluna atua como uma ferrovia de alta velocidade que transporta mensagens elétricas do cérebro até o resto do corpo. Se há danos no trilho, a mensagem se perde.

Há três anos, os mesmos cientistas divulgaram que Rob Summers, um jogador de beisebol que ficou paralítico do tórax para baixo após um acidente de carro, foi capaz de mover suas pernas sustentado sobre uma esteira.

Agora mais três pacientes, que estão paralíticos há pelo menos dois anos, foram submetidos aos estímulos elétricos e retomaram alguns movimentos.

Eles foram capazes de movimentar as pernas e todos, com exceção de um, puderam controlar a força do movimento.

Sentir-se 'vivo'

A experiência confirma que certos movimentos podem ser retomados após a paralisia e que o caso de Summers não é isolado.

 

Soldado tem de reaprender a andar após perder as duas pernas no Afeganistão

O sargento Matt Krumwiede aponta arma ao lado do sargento Jesse McCart, que usa próteses, durante caça em um rancho nos arredores de San Antonio, no Texas, em 2 de Novembro de 2013. O oficial de 22 anos, que já passou por 40 cirurgias, perdeu as duas pernas ao pisar em um IED (dispositivo explosivo improvisado, em inglês) quando fazia patrulha no sul do Afeganistão, em 12 de junho de 2012. O artefato arrancou as suas duas pernas, danificou o seu braço esquerdo e rasgou a sua cavidade abdominal. Apesar do que viveu, ele diz estar ansioso para se juntar à infantaria, assim que seus ferimentos permitirem. As tropas norte-americanas estão no Afeganistão desde 2001Jim Urquhart/Reuters

Claudia Angeli, uma das pesquisadoras da Universidade de Louisville, disse à BBC que poder enviar o estímulo e praticar os movimentos faz com que os pacientes se sintam "vivos" novamente.

"A massa muscular aumenta significativamente e todos eles também viram mudanças em suas funções urinárias e intestinais".

Ainda não está claro como o estímulo funciona. Os pesquisadores explicam que alguns estímulos voluntários alcançam a região lesionada, mas não são fortes o suficiente para desencadear o movimento. Com o impulso elétrico, a coluna lombar ficaria mais sensível e reage ao receber as mensagens do cérebro.

"É como se a coluna ficasse pronta para ouvir", acrescenta Angeli.

Os especialistas esperam que a técnica possa se tornar um tratamento para lesões na coluna.

Roderic Pettigrew, diretor do Instituto Nacional Americano de Imagens Biomédicas e Bioengenharia, disse que agora que o estímulo vertebral foi bem-sucedido nos quatro pacientes, acredita-se que um grande número de pessoas, anteriormente com pouca esperança de recuperação significativa, possa se beneficiar da nova técnica.

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