terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Vídeo mostra agressão contra deficiente em Bernardino de Campos

Agressão ocorreu no ginásio de esportes de uma escola estadual.
Ainda na cidade, uma menina levou uma pedrada em escola municipal.

Um vídeo disponibilizado à TV TEM pela família de um adolescente de 13 anos mostra a agressão que ele sofreu dentro da Escola Estadual "Miguel Priante Calderaro", em Bernardino de Campos (SP). O garoto sofre de deficiência auditiva.

Vídeo mostra o adolescente no chão após levar
rasteira (Foto: Reprodução / TV TEM)

O vídeo mostra quando a agressão começa com o adolescente sentado em um banco do ginásio de esportes. As imagens foram gravadas pelos próprios alunos por meio de um celular. Um estudante começa a dar chutes contra a vítima que tenta se defender. Nervoso, levanta e reage, mas leva uma rasteira, cai e machuca a mão (veja vídeo acima).

Diversos alunos assistem a briga. Ninguém separa ou defende o deficiente auditivo. De acordo com a família, a briga começou minutos antes do início da aula. Mesmo com o fato sendo registrado dentro do colégio nenhum monitor ou funcionário teria presenciado a confusão.

A mãe, a dona de casa Roseli Dias, disse em entrevista ao TEM Notícias que só soube da agressão depois de ver o vídeo nas redes sociais. Ela então procurou a direção da escola, mas afirma que foi maltratada. "Quando falamos que iríamos procurar nossos direitos, a diretora gritou e perguntou se estávamos ameaçando. Eu perdi a confiança na escola. Como vou ficar sossegada aqui em casa sabendo o que aconteceu com o meu filho? Isso pode acontecer de novo com ele e com outros alunos também", comenta.

Assustado, o adolescente que está com a mão enfaixada e com hematomas pelo corpo não quer voltar para escola. Um amigo dele afirma que o garoto sofre bullyng devido à deficiência. "Quando a gente fica jogando bola na quadra, a molecada começa imitar e xingar ele. Fala com os amigos fingindo que não escuta também. Xingam eles de mudo e surto", diz o amigo que estuda na mesma escola.

Durante a agressão, adoelscente teve a mão machucada (Foto: Cláudio Nascimento / TV TEM)Durante a agressão, adoelscente teve a mão
machucada (Foto: Cláudio Nascimento / TV TEM)

Em nota, a Diretoria de Ensino de Ourinhos disse que todas as providências foram tomadas pela direção e lamenta o fato ocorrido na escola. Nesta sexta-feira (14), em uma reunião com os responsáveis pelos alunos envolvidos na briga ficou acordado a transferência deles da escola. A mãe do aluno agredido também participou do encontro.

Ainda segundo a diretoria, o adolescente será acompanhado de perto pelo professor-coordenador de educação especial. A diretoria informa ainda, que o corpo docente vai intensificar o trabalho de prevenção já realizado na a escola, que não apresenta histórico de agressões e também está inserida nas campanhas de conscientização contra a violência.

Ferimento na cabeça da criança foi provocado por uma pedrada (Foto: Cláudio Nascimento / TV TEM)Ferimento na cabeça da criança foi provocado por
uma pedrada (Foto: Cláudio Nascimento / TV TEM)

Outra vitima
Uma outra vítima de agressão em escola em
Bernardino de Campos foi uma menina de oito anos. Estudante em uma unidade municipal, ela levou uma pedrada no pátio durante o intervalo. A mãe, a dona de casa Abigail Martins de Almeida, conta que soube do incidente por telefone.

Exames mostram que a menina ficou com o crânio levemente afundado. O pai, o vendedor Antônio Rogério da Silva, diz que se desesperou ao ver a filha ferida.

A diretora da escola municipal, Mirian Montes Castanho, confirmou a versão dos pais e mostrou que no pátio há pedras soltas devido ao desgaste do piso de concreto. Foi desse modo que um aluno pegou uma peça e atirou contra a cabeça da outra estudante. Ela afirma que a Secretaria Municipal já foi informada para realizar o conserto do pátio. "Mas tudo isso leva tempo. Precisa de licitação e tudo mais. Mas já vai ser refeito o calçamento do pátio", diz.

Os dois casos foram registrados como lesão corporal. Segundo a Polícia Civil, funcionários das escolas serão ouvidos para avaliar qual a responsabilidade das instituições de ensino. Os pais que tem filhos nas escolas da cidade estão preocupados.

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