quarta-feira, 12 de maio de 2010

NOVAS DESCOBERTAS - AUTISTAS

Autistas podem ter neurônios-espelho normais, diz estudo

da New Scientist

Autistas podem ter neurônios-espelho normais no final das contas, sugere estudo publicado na revista "Neuron".

Neurônios-espelho são células do cérebro que são ativadas quando alguém realiza uma ação ou apenas observa a mesma ação. Uma teoria comumente aceita é a de que esses neurônios não funcionam direito.

A ideia é que o mau funcionamento desses neurônios estariam por trás das dificuldades que pessoas com autismo tem para interpretar as intenções de outras pessoas e para mostrar empatia.

Estudos anteriores mostraram que a atividade cerebral em áreas com muitos desses neurônios é menor em autistas do que em pessoas normais quando ambos os grupos realizavam e observavam ações simples.

No trabalho publicado na "Neuron", porém, o neurocientista Ilan Dinstein, do Instituto Weizmann, em Rehovot (Israel), investigou possibilidades alternativas. Para Dinstein, é possível que outras diferenças entre os grupos expliquem os resultados experimentais. Por exemplo, é possível que autistas imitem movementos mais lentamente que pessoas normais, o que seria refletido em atividade cerebral diferente entre os dois grupos.

Dinstein e colaboradores na Universidade de Nova York conduziu novo experimento com 13 autistas e 10 controles. Os participantes realizaram movimentos manuais ou assistiram a movimentos realizados por outras pessoas enquanto sua atividade cerebral era monitorada por um aparelho de ressonância magnética funcional.

Áreas do cérebro ligadas ao sistema de neurônios-motores (córtices pré-motor e parietal) foram ativadas em ambos os grupos. Diferentemente de estudos anteriores, o nível da atividade cerebral foi similar nos dois grupos.

Além disso, a atividade cerebral emudeceu quando os dois grupos realizaram ou observaram as mesmas ações repetidas vezes, mas não quando as ações eram diferentes.

O resultado indica que, sob algumas condições experimentais, os neurônios-espelho de autistas comportam-se como os neurônios de pessoas normais.

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